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Ex-jogador de críquete inicia negociações no Paquistão

27/07/2018 17h42

ISLAMABAD, 27 JUL (ANSA) - O ex-jogador de críquete Imran Khan, 65 anos, iniciou nesta sexta-feira (27) as negociações para tentar formar uma coalizão de governo no Paquistão.   

Seu partido, o Movimento Paquistanês por Justiça (PTI), foi o mais votado nas eleições parlamentares de 25 de julho, conquistando 116 das 269 cadeiras em jogo na Assembleia Nacional, mas sem garantir maioria absoluta.   

Isso significa que Khan precisará buscar alianças para conseguir se tornar primeiro-ministro, consolidando uma ascensão política calcada em um discurso nacionalista e de combate à corrupção e ao poder financeiro. A segunda colocada no pleito foi a Liga Muçulmana do Paquistão-Nawaz (PML-N), do ex-premier Nawaz Sharif, preso em um escândalo de corrupção, com 64 cadeiras.   

Shehbaz Sharif, irmão de Nawaz e líder do PML-N, rechaçou o resultado das urnas e denunciou fraudes e manipulações na votação, que teriam ocorrido com o apoio dos serviços militares e de inteligência do Paquistão, o que Khan nega.   

Apesar de observadores terem criticado "intimidações" contra candidatos durante as eleições para minar o grupo no poder, a missão da União Europeia disse que o resultado da eleição é "crível". A apuração ainda está em curso em regiões remotas, e Khan pode ganhar mais algumas cadeiras, mas não o suficiente para governar sozinho.   

O ex-jogador de críquete é crítico da interferência militar dos Estados Unidos no Afeganistão e contra os recorrentes ataques com drones em território paquistanês, o que faz o processo eleitoral ser acompanhado com atenção por Washington.   

No entanto, o PML-N venceu as eleições para o Parlamento de Punjab, a maior e mais populosa província do país, com 127 de 297 assentos, contra 117 do partido de Khan. Se quiser impor sua agenda em âmbito nacional, o líder nacionalista precisará ter o respaldo de Punjab. (ANSA)
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