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'Irã está pronto para deixar acordo nuclear', diz Khamenei

29/08/2018 15h32

TEERÃ, 29 AGO (ANSA) - O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (29) que o país está pronto para abandonar o acordo nuclear, firmado com potências mundiais em 2015, se Teerã chegar à conclusão de que ele não favorece os interesses nacionais. A declaração foi dada durante audiência no gabinete presidencial com Hasan Rohani, chefe do Poder Executivo do país. Khamenei ainda afirmou que a república islâmica não negociará com os Estados Unidos. "Que negociações podemos ter com as indecentes autoridades dos Estados Unidos que publicamente ameaçam o Irã? Não haverá negociações em nenhum nível eles", afirmou o líder religioso.   

Em julho, o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou em sua conta no Twitter que o Irã "jamais ameace os Estados Unidos ou sofrerá consequências", em resposta a uma declaração anterior de Khamenei, que afirmou que um conflito com o Irã seria a "mãe de todas as guerras".   

"Não há problema em continuar as negociações com os europeus mas, ao mesmo tempo, não devemos ter esperança neles em questões como a do acordo nuclear ou do renascimento da economia iraniana", acrescentou o líder supremo, referindo-se à postura dos países europeus frente às sanções econômicas aplicadas por Washington desde o começo do mês.   

"Eles devem saber que toda ação tomada por eles resultará em uma reação apropriada de Teerã", concluiu Khamenei. O Irã é governado por um regime teocrático, em que o presidente, Hasan Rohani, é subordinado a um líder religioso, Ali Khamenei. O acordo nuclear com o Irã, chamado de "Plano de Ação Conjunto Global" (JCPOA, na sigla em inglês), estabelecia limites para o enriquecimento de urânio no Irã e tinha sido assinado em 2015 com o apoio do governo do ex-presidente norte-americano Barack Obama. Desde que tomou posse, o presidente norte-americano, Donald Trump, alega que o acordo foi um dos maiores "erros" da história. Além dos EUA, países como Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha firmaram o acordo e lamentaram a saída de Washington. (ANSA)
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