Premier da Hungria desafia UE: 'Não aceitarei ameaças'
ROMA E BRUXELAS, 11 SET (ANSA) - O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, subiu o tom contra a União Europeia e afirmou nesta terça-feira (11) que não aceitará "ameaças e chantagens das forças pró-imigração".
O líder de ultradireita discursou no Parlamento Europeu, que votará nesta quarta (12) um relatório que pede a abertura de um procedimento de infração contra Budapeste.
A moção é de autoria da eurodeputada holandesa Judith Sargentini, que diz que o texto faz uma "lista abrangente" de ataques do governo húngaro contra minorias, incluindo imigrantes e refugiados, a Justiça e a imprensa, o que representa uma "clara violação" dos valores da UE.
"Vocês já avaliaram esse relatório, e minha intervenção não os fará mudar de opinião, mas vim aqui mesmo assim. Vocês não condenarão um governo, mas a Hungria, que há mil anos é membro da família europeia. Estou aqui para defender minha pátria", disse Orbán.
A moção de Sargentini questiona o tratamento dado por Budapeste a estrangeiros, como a lei que prevê um ano de prisão para ativistas e advogados que ajudarem imigrantes em situação irregular ou refugiados.
O projeto também proíbe a mudança na "composição da população nacional" por meio de "vontades externas". "A Hungria será condenada porque decidiu não ser a pátria da imigração. Mas não aceitaremos ameaças e chantagens das forças pró-imigração.
Defenderemos nossas fronteiras e pararemos a imigração clandestina mesmo contra vocês, se necessário", acrescentou o primeiro-ministro.
Para ser aprovada, a moção precisa do apoio de dois terços do Parlamento Europeu, cuja maior bancada é do Partido Popular Europeu (PPE), ao qual Orbán é ligado. A legenda conservadora ainda não decidiu como se posicionar diante do relatório.
Seu ramo italiano, no entanto, prometeu apoiar o premier húngaro, como ficou acertado em um telefonema entre Orbán e o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. A ultranacionalista Liga também defenderá Budapeste, enquanto seu aliado no governo da Itália, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), votará a favor da moção.
"Quando criticamos o governo húngaro, o fazemos de modo preciso.
Dizer que criticamos o povo húngaro é uma postura de covarde", afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.
Se o relatório for aprovado, a Hungria pode até ser colocada sob monitoramento de Bruxelas e perder seu direito a voto no bloco.
Orbán, no poder desde maio de 2010, dissemina a narrativa de que o bilionário húngaro-americano George Soros prepara uma "invasão" migratória por meio de seus "agentes", como ONGs pró-direitos humanos. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O líder de ultradireita discursou no Parlamento Europeu, que votará nesta quarta (12) um relatório que pede a abertura de um procedimento de infração contra Budapeste.
A moção é de autoria da eurodeputada holandesa Judith Sargentini, que diz que o texto faz uma "lista abrangente" de ataques do governo húngaro contra minorias, incluindo imigrantes e refugiados, a Justiça e a imprensa, o que representa uma "clara violação" dos valores da UE.
"Vocês já avaliaram esse relatório, e minha intervenção não os fará mudar de opinião, mas vim aqui mesmo assim. Vocês não condenarão um governo, mas a Hungria, que há mil anos é membro da família europeia. Estou aqui para defender minha pátria", disse Orbán.
A moção de Sargentini questiona o tratamento dado por Budapeste a estrangeiros, como a lei que prevê um ano de prisão para ativistas e advogados que ajudarem imigrantes em situação irregular ou refugiados.
O projeto também proíbe a mudança na "composição da população nacional" por meio de "vontades externas". "A Hungria será condenada porque decidiu não ser a pátria da imigração. Mas não aceitaremos ameaças e chantagens das forças pró-imigração.
Defenderemos nossas fronteiras e pararemos a imigração clandestina mesmo contra vocês, se necessário", acrescentou o primeiro-ministro.
Para ser aprovada, a moção precisa do apoio de dois terços do Parlamento Europeu, cuja maior bancada é do Partido Popular Europeu (PPE), ao qual Orbán é ligado. A legenda conservadora ainda não decidiu como se posicionar diante do relatório.
Seu ramo italiano, no entanto, prometeu apoiar o premier húngaro, como ficou acertado em um telefonema entre Orbán e o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi. A ultranacionalista Liga também defenderá Budapeste, enquanto seu aliado no governo da Itália, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), votará a favor da moção.
"Quando criticamos o governo húngaro, o fazemos de modo preciso.
Dizer que criticamos o povo húngaro é uma postura de covarde", afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.
Se o relatório for aprovado, a Hungria pode até ser colocada sob monitoramento de Bruxelas e perder seu direito a voto no bloco.
Orbán, no poder desde maio de 2010, dissemina a narrativa de que o bilionário húngaro-americano George Soros prepara uma "invasão" migratória por meio de seus "agentes", como ONGs pró-direitos humanos. (ANSA)
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