Na Lituânia, Papa alerta para perigo de totalitarismo
CIDADE DO VATICANO, 23 SET (ANSA) - NO segundo dia de sua visita aos países bálticos, o papa Francisco fez um alerta neste domingo (23), na Lituânia, para que o aumento das ideologias totalitárias na Europa possa ser detectado a tempo.
Em seu discurso durante a oração do Ângelus, pronunciado depois da missa na cidade de Kaunas, o Pontífice recordou os dramas do século XX como exemplo de que o "mal procura sempre aniquilar o bem".
"Há 75 anos, esta nação assistia à definitiva destruição do Gueto de Vilna; culminava, assim, o aniquilamento de milhares de judeus, que começara dois anos antes", lembrou o Pontífice, no Parque Santakos de Kaunas, cidade que foi um bastião da resistência católica durante a perseguição soviética.
A cerca de 100 mil fiéis, Francisco relembrou o sofrimento pela repressão durante a ocupação soviética e a invasão nazista.
"Peçamos ao Senhor que nos conceda o dom do discernimento para descobrir, a tempo, qualquer aumento desse comportamento pernicioso, qualquer ar que atrofie o coração das gerações que não viveram aquilo", disse.
"As gerações passadas sofreram com o tempo da ocupação, com a angústia dos que eram deportados, com a incerteza dos que não voltavam, com a vergonha da delação e da traição", acrescentou.
Segundo Jorge Mario Bergoglio, esta situação fez com que muitos fiéis questionassem sua fé, porque "Deus não apareceu para vos defender, porque o fato de permanecer fiéis não bastou para que ele interviesse na história".
Além disso, ele ressaltou que, ao longo da história, muitas pessoas se julgaram superiores, com a "pretensão de pensar que a sua força é a norma da justiça".
"Submeter os mais frágeis, usar a força sob qualquer forma, impor um modo de pensar, uma ideologia, um discurso dominante, usar a violência ou a repressão para dobrar aqueles que, simplesmente com o seu agir honesto, simples, laborioso e solidário de todos os dias, manifestam que é possível outro mundo, outra sociedade", disse.
Como medida, o Papa fez uma proposta para ocorrer uma "globalização da solidariedade", ao encontro dos "descartados" da sociedade. Ele pediu para a população se dedicar para dar atenção "aos excluídos, às minorias, para afastar dos nossos ambientes e das nossas culturas a possibilidade de aniquilar o outro, marginalizar, continuar a descartar quem nos incomoda e perturba as nossas comodidades".
Ontem(22), o Santo Padre já havia afirmado que o século foi marcado por "múltiplas provas e sofrimentos" e, atualmente, diante do cenário mundial em que se vive, há um aumento explícito das vozes que semeiam divisão e contraposição, o que instrumentaliza a insegurança e os conflitos. Após o retorno a Vilnius, o programa do Papa inclui uma passagem pelo Museu da Ocupação e Lutas pela Liberdade na Lituânia, e uma oração pelas Vítimas do Gueto, um memorial do Holocausto. A viagem aos países Bálticos, iniciada neste sábado acontece até a próxima terça-feira (25). Francisco ainda passará por Letônia e Estônia.(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Em seu discurso durante a oração do Ângelus, pronunciado depois da missa na cidade de Kaunas, o Pontífice recordou os dramas do século XX como exemplo de que o "mal procura sempre aniquilar o bem".
"Há 75 anos, esta nação assistia à definitiva destruição do Gueto de Vilna; culminava, assim, o aniquilamento de milhares de judeus, que começara dois anos antes", lembrou o Pontífice, no Parque Santakos de Kaunas, cidade que foi um bastião da resistência católica durante a perseguição soviética.
A cerca de 100 mil fiéis, Francisco relembrou o sofrimento pela repressão durante a ocupação soviética e a invasão nazista.
"Peçamos ao Senhor que nos conceda o dom do discernimento para descobrir, a tempo, qualquer aumento desse comportamento pernicioso, qualquer ar que atrofie o coração das gerações que não viveram aquilo", disse.
"As gerações passadas sofreram com o tempo da ocupação, com a angústia dos que eram deportados, com a incerteza dos que não voltavam, com a vergonha da delação e da traição", acrescentou.
Segundo Jorge Mario Bergoglio, esta situação fez com que muitos fiéis questionassem sua fé, porque "Deus não apareceu para vos defender, porque o fato de permanecer fiéis não bastou para que ele interviesse na história".
Além disso, ele ressaltou que, ao longo da história, muitas pessoas se julgaram superiores, com a "pretensão de pensar que a sua força é a norma da justiça".
"Submeter os mais frágeis, usar a força sob qualquer forma, impor um modo de pensar, uma ideologia, um discurso dominante, usar a violência ou a repressão para dobrar aqueles que, simplesmente com o seu agir honesto, simples, laborioso e solidário de todos os dias, manifestam que é possível outro mundo, outra sociedade", disse.
Como medida, o Papa fez uma proposta para ocorrer uma "globalização da solidariedade", ao encontro dos "descartados" da sociedade. Ele pediu para a população se dedicar para dar atenção "aos excluídos, às minorias, para afastar dos nossos ambientes e das nossas culturas a possibilidade de aniquilar o outro, marginalizar, continuar a descartar quem nos incomoda e perturba as nossas comodidades".
Ontem(22), o Santo Padre já havia afirmado que o século foi marcado por "múltiplas provas e sofrimentos" e, atualmente, diante do cenário mundial em que se vive, há um aumento explícito das vozes que semeiam divisão e contraposição, o que instrumentaliza a insegurança e os conflitos. Após o retorno a Vilnius, o programa do Papa inclui uma passagem pelo Museu da Ocupação e Lutas pela Liberdade na Lituânia, e uma oração pelas Vítimas do Gueto, um memorial do Holocausto. A viagem aos países Bálticos, iniciada neste sábado acontece até a próxima terça-feira (25). Francisco ainda passará por Letônia e Estônia.(ANSA)
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