Ministro de Economia da Itália é ameaçado de demissão
ROMA, 27 SET (ANSA) - O partido ultranacionalista Liga, um dos dois que formam a base aliada do governo da Itália, admitiu nesta quinta-feira (27), pela primeira vez publicamente, a hipótese de demissão do ministro de Economia Giovanni Tria, que vem sendo pressionado a aumentar o déficit fiscal do país para financiar promessas eleitorais.
"Se Tria não está mais no projeto, encontraremos outro ministro de Economia", afirmou Riccardo Molinari, líder da Liga na Câmara. A declaração foi dada poucos minutos depois de o ministro do Trabalho Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), ter afirmado que "não está no programa" nenhum pedido para seu colega da pasta de Economia renunciar.
Di Maio capitaneia a pressão sobre Tria, já que deseja obter os recursos necessários para financiar duas promessas do M5S: a aposentadoria mínima de 780 euros e a "renda de cidadania", que prevê o pagamento de uma espécie de "bolsa família" para todos que vivem abaixo da linha da pobreza.
No entanto, sem espaço no orçamento, Tria ainda não conseguiu garantir o dinheiro para bancar os dois programas no ano que vem. A Itália tem uma dívida pública de mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), por isso a União Europeia pede que o país mantenha o déficit fiscal pouco acima de 1%.
A Liga e o M5S, por sua vez, querem cruzar a barreira dos 2%, o que atrasaria o início da redução do débito italiano. Duas reuniões nesta quinta-feira podem selar o destino de Tria. A primeira, às 11h (hora local), terá o premier Giuseppe Conte, Di Maio, o ministro do Interior Matteo Salvini (Liga) e o próprio ministro de Economia.
Já às 15h, o Conselho dos Ministros terá uma sessão para discutir a questão orçamentária. O plano inicial da aliança M5S-Liga era nomear o professor antieuro Paulo Savona para a pasta de Finanças, mas o presidente Sergio Mattarella barrou a indicação e cobrou alguém que passasse garantia ao mercado.
Triar que mostrar a Di Maio e Salvini que, elevando o déficit, a Itália acabará pagando uma conta mais alta em juros de sua dívida. O spread entre os títulos públicos italianos e alemães chegou a tocar em 250 pontos nesta quinta (contra 233 da última quarta), mas recuou para 240 após um leilão promovido pelo governo.
Esse indicador é usado como reflexo da confiança dos investidores no país: quanto mais alto o spread, maiores o risco e os juros dos títulos da dívida italiana. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Se Tria não está mais no projeto, encontraremos outro ministro de Economia", afirmou Riccardo Molinari, líder da Liga na Câmara. A declaração foi dada poucos minutos depois de o ministro do Trabalho Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas (M5S), ter afirmado que "não está no programa" nenhum pedido para seu colega da pasta de Economia renunciar.
Di Maio capitaneia a pressão sobre Tria, já que deseja obter os recursos necessários para financiar duas promessas do M5S: a aposentadoria mínima de 780 euros e a "renda de cidadania", que prevê o pagamento de uma espécie de "bolsa família" para todos que vivem abaixo da linha da pobreza.
No entanto, sem espaço no orçamento, Tria ainda não conseguiu garantir o dinheiro para bancar os dois programas no ano que vem. A Itália tem uma dívida pública de mais de 130% do Produto Interno Bruto (PIB), por isso a União Europeia pede que o país mantenha o déficit fiscal pouco acima de 1%.
A Liga e o M5S, por sua vez, querem cruzar a barreira dos 2%, o que atrasaria o início da redução do débito italiano. Duas reuniões nesta quinta-feira podem selar o destino de Tria. A primeira, às 11h (hora local), terá o premier Giuseppe Conte, Di Maio, o ministro do Interior Matteo Salvini (Liga) e o próprio ministro de Economia.
Já às 15h, o Conselho dos Ministros terá uma sessão para discutir a questão orçamentária. O plano inicial da aliança M5S-Liga era nomear o professor antieuro Paulo Savona para a pasta de Finanças, mas o presidente Sergio Mattarella barrou a indicação e cobrou alguém que passasse garantia ao mercado.
Triar que mostrar a Di Maio e Salvini que, elevando o déficit, a Itália acabará pagando uma conta mais alta em juros de sua dívida. O spread entre os títulos públicos italianos e alemães chegou a tocar em 250 pontos nesta quinta (contra 233 da última quarta), mas recuou para 240 após um leilão promovido pelo governo.
Esse indicador é usado como reflexo da confiança dos investidores no país: quanto mais alto o spread, maiores o risco e os juros dos títulos da dívida italiana. (ANSA)
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