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Liderança do M5S critica eleição de Jair Bolsonaro

30/10/2018 17h35

ROMA E BOLONHA, 30 OUT (ANSA) - O político Alessandro Di Battista, um dos expoentes do partido populista e antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), criticou nesta terça-feira (30) a eleição do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, à Presidência do Brasil, afirmando que a única notícia boa é a possível extradição do italiano Cesare Battisti. "O fato de Cesare Battisti poder voltar e cumprir sua pena na prisão me parece a única boa notícia da vitória de Bolsonaro no Brasil. É surpreendente o fato que para exultar esse resultado estão os 'soberanos' italianos. Eles falam da vitória da direita, da derrota da esquerda, do novo ar. Mas qual é o ar novo?", escreveu Di Battista em uma publicação. A declaração é contrária às manifestações de apoio demonstradas por outros líderes do governo de coalizão entre M5S e o partido ultranacionalista Liga, representado pelo vice-premier e ministro do Interior, Matteo Salvini, que, por sua vez, comemorou a derrota do petista Fernando Haddad. A eleição de Bolsonaro retornou à tona a polêmica extradição de Battisti, condenado em seu país à prisão perpétua por assassinato e terrorismo. Salvini, inclusive, afirmou estar disposto a vir para o Brasil "pegar" o italiano.   

Hoje cedo, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Enzo Moavero Milanesi, chegou a ressaltar a importância do voto democrático e o respeito à decisão dos eleitores brasileiros, além de afirmar que a ideia de extraditar o ex-guerrilheiro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) é um "sinal positivo".   

"Se uma das decisões que podem ser tomadas pelo governo brasileiro é dar a extradição de quem, há anos, o nosso país pede por uma pessoa condenada à prisão perpétua por assassinato de sangue, acho que é um sinal positivo para a justiça e um sinal zeloso para a dor das vítimas que, não esquecemos, diante de fatos sangrentos como este", disse Moavero durante conferência em Bolonha. Para ele, "do ponto de vista da decisão de votar dos brasileiros, obviamente temos que respeitar, como questão de democracia", principalmente porque cada povo escolhe de acordo com sua realidade estatal. (ANSA)
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