ONGs ignoram pressão da Itália e voltam ao Mediterrâneo
ROMA, 23 NOV (ANSA) - Apesar das pressões feitas pelo governo e pela Justiça da Itália, ONGs que resgatam migrantes no Mar Mediterrâneo anunciaram nesta quinta-feira (22) a retomada de suas operações de socorro.
Embarcações das entidades Sea Watch, ProActiva Open Arms e Mediterranea já partiram em direção à costa da Líbia, um dos pontos de trânsito mais intenso de migrantes forçados no Mediterrâneo.
"A intensa campanha de criminalização lançada contra as organizações humanitárias alcançou o objetivo de eliminar testemunhos incômodos e impôs silêncio sobre o que acontece naquelas águas", disse a ProActiva.
As ONGs acusam as autoridades da Líbia de violar os direitos humanos de migrantes resgatados no mar. A Guarda Costeira do país africano é treinada e equipada pela Itália, que busca deixar a responsabilidade pelos salvamentos na região nas mãos de Trípoli.
Com isso, os migrantes socorridos são devolvidos à Líbia e impedidos de chegar ao litoral italiano, que recebeu centenas de milhares de pessoas nos últimos anos, a maioria delas em busca de proteção internacional em outros países da União Europeia.
Desde a posse do novo governo, em 1º de junho, a Itália endureceu suas políticas migratórias, capitaneada pelo ministro do Interior Matteo Salvini, que fechou os portos do país para navios que resgatam pessoas no Mediterrâneo.
Além disso, a Justiça italiana pediu nesta semana a apreensão da embarcação Aquarius, das ONGs Médicos Sem Fronteiras e SOS Méditerranée, por causa de uma denúncia de tratamento ilegal de resíduos "potencialmente tóxicos".
O Ministério Público de Catânia diz que as ONGs despejaram itens como roupas, restos de comida e resíduos sanitários de maneira irregular em 11 portos italianos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), por sua vez, acusou a Itália de promover uma "campanha de difamação" contra as entidades que atuam no Mediterrâneo.
"O governo italiano tornou praticamente impossível para navios de ONGs continuarem socorrendo migrantes, o que aumentou o número de afogamentos e desaparecimentos. Salvar vidas não é um crime, proteger a dignidade humana não é um crime", diz um relatório do Acnudh.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 1,3 mil pessoas morreram tentando cruzar clandestinamente a rota do Mediterrâneo Central em 2018, enquanto outras 23,7 mil conseguiram concluir a travessia. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Embarcações das entidades Sea Watch, ProActiva Open Arms e Mediterranea já partiram em direção à costa da Líbia, um dos pontos de trânsito mais intenso de migrantes forçados no Mediterrâneo.
"A intensa campanha de criminalização lançada contra as organizações humanitárias alcançou o objetivo de eliminar testemunhos incômodos e impôs silêncio sobre o que acontece naquelas águas", disse a ProActiva.
As ONGs acusam as autoridades da Líbia de violar os direitos humanos de migrantes resgatados no mar. A Guarda Costeira do país africano é treinada e equipada pela Itália, que busca deixar a responsabilidade pelos salvamentos na região nas mãos de Trípoli.
Com isso, os migrantes socorridos são devolvidos à Líbia e impedidos de chegar ao litoral italiano, que recebeu centenas de milhares de pessoas nos últimos anos, a maioria delas em busca de proteção internacional em outros países da União Europeia.
Desde a posse do novo governo, em 1º de junho, a Itália endureceu suas políticas migratórias, capitaneada pelo ministro do Interior Matteo Salvini, que fechou os portos do país para navios que resgatam pessoas no Mediterrâneo.
Além disso, a Justiça italiana pediu nesta semana a apreensão da embarcação Aquarius, das ONGs Médicos Sem Fronteiras e SOS Méditerranée, por causa de uma denúncia de tratamento ilegal de resíduos "potencialmente tóxicos".
O Ministério Público de Catânia diz que as ONGs despejaram itens como roupas, restos de comida e resíduos sanitários de maneira irregular em 11 portos italianos. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), por sua vez, acusou a Itália de promover uma "campanha de difamação" contra as entidades que atuam no Mediterrâneo.
"O governo italiano tornou praticamente impossível para navios de ONGs continuarem socorrendo migrantes, o que aumentou o número de afogamentos e desaparecimentos. Salvar vidas não é um crime, proteger a dignidade humana não é um crime", diz um relatório do Acnudh.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), quase 1,3 mil pessoas morreram tentando cruzar clandestinamente a rota do Mediterrâneo Central em 2018, enquanto outras 23,7 mil conseguiram concluir a travessia. (ANSA)
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