Itália rebaixa PIB de 2019 para 1% em acordo com UE
ROMA, 19 DEZ (ANSA) - A Comissão Europeia confirmou nesta quarta-feira (19) ter chegado a um acordo com o governo italiano sobre a Lei Orçamentária para 2019, que prevê a redução do gasto do país em 10,25 bilhões de euros, após várias semanas marcadas por um intenso "braço de ferro" entre Roma e Bruxelas.
No novo documento, o governo italiano rebaixou a previsão de crescimento para o ano que vem para 1%, 0,5% a menos dos iniciais, além de reduzir a meta do déficit para 2,04%.
O texto aprovado na noite de ontem(18) não é considerado ideal pela UE, mas suspende as medidas disciplinares contra a Itália, informou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis.
O representante da UE indicou que a Comissão tem a intenção de permanecer "vigilante", enquanto o orçamento está prestes a ser discutido no Parlamento, em Roma.
Em discurso no Senado, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que "a piora da situação econômica em nível internacional impõe a necessidade de diminuir a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano para 1%".
Desde o início das negociações, expoentes do governo haviam dito que levar o rombo fiscal para 2,4% do PIB era a única forma de financiar programas sociais prometidos na campanha eleitoral, como a renda de cidadania e a reversão da reforma previdenciária. No entanto, a proposta foi rejeitada porque a UE cobrava uma meta fiscal pouco superior a 1% do PIB, para que a Itália tenha como reduzir sua dívida pública, na casa dos 130% do PIB. Com isso, o governo italiano retificou o déficit para 2,04% e o PIB para 1%. Já em 2020, o déficit /PIB está previsto em 1,8% e em 2021 em 1,5%.
Conte não antecipou se a dívida pública ainda será mantida com o número estimado, mas reconheceu que o governo de coalizão formado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S) e o partido ultranacionalista Liga precisou alterar a situação macroeconômica para 2019 para não ser punido pela UE.
Segundo o premier, ele contou com a ajuda de Matteo Salvini e Luigi Di Maio, além do ministro de Finanças da Itália, Giovanni Tria, "para renovar os tópicos do diálogo com a Europa, para que o processo de reforma do governo não seja comprometido".
A Itália precisou cortar 4 bilhões de euros nos orçamentos e terá que cumprir suas duas principais promessas de campanha com 2 bilhões de euros menos do que o programado.
"O rendimento da cidadania e 'quota 100' começará no tempo", garantiu o primeiro-ministro, que ressaltou que a "solução compartilhada é boa para a Itália e satisfatória para a UE". De acordo com o premier, os efeitos da manobra nas contas públicas serão monitorados "de maneira rigorosa". As declarações de Conte no Senado ocorreram depois que a Comissão Europeia afirmou que novo orçamento está aprovado. Agora, o governo italiano apresentará as mudanças, que preveem a redução de fundos para renda de cidadania e pensões, no Comitê de Orçamento. Os valores foram redefinidos passando para 10 bilhões e 254 milhões e euros em 2019, 12 bilhões e 242 milhões em 2020, 15 bilhões e 997 milhões em 2021.
"Podemos dizer em consciência que realizamos plenamente os desejos de nossos cidadãos, demonstrando determinação na política econômica do governo", finalizou Conte.
Os rendimentos dos títulos italianos de 10 anos passaram a recuar acentuadamente após as notícias sobre o orçamento. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
No novo documento, o governo italiano rebaixou a previsão de crescimento para o ano que vem para 1%, 0,5% a menos dos iniciais, além de reduzir a meta do déficit para 2,04%.
O texto aprovado na noite de ontem(18) não é considerado ideal pela UE, mas suspende as medidas disciplinares contra a Itália, informou o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis.
O representante da UE indicou que a Comissão tem a intenção de permanecer "vigilante", enquanto o orçamento está prestes a ser discutido no Parlamento, em Roma.
Em discurso no Senado, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que "a piora da situação econômica em nível internacional impõe a necessidade de diminuir a estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano para 1%".
Desde o início das negociações, expoentes do governo haviam dito que levar o rombo fiscal para 2,4% do PIB era a única forma de financiar programas sociais prometidos na campanha eleitoral, como a renda de cidadania e a reversão da reforma previdenciária. No entanto, a proposta foi rejeitada porque a UE cobrava uma meta fiscal pouco superior a 1% do PIB, para que a Itália tenha como reduzir sua dívida pública, na casa dos 130% do PIB. Com isso, o governo italiano retificou o déficit para 2,04% e o PIB para 1%. Já em 2020, o déficit /PIB está previsto em 1,8% e em 2021 em 1,5%.
Conte não antecipou se a dívida pública ainda será mantida com o número estimado, mas reconheceu que o governo de coalizão formado pelo Movimento 5 Estrelas (M5S) e o partido ultranacionalista Liga precisou alterar a situação macroeconômica para 2019 para não ser punido pela UE.
Segundo o premier, ele contou com a ajuda de Matteo Salvini e Luigi Di Maio, além do ministro de Finanças da Itália, Giovanni Tria, "para renovar os tópicos do diálogo com a Europa, para que o processo de reforma do governo não seja comprometido".
A Itália precisou cortar 4 bilhões de euros nos orçamentos e terá que cumprir suas duas principais promessas de campanha com 2 bilhões de euros menos do que o programado.
"O rendimento da cidadania e 'quota 100' começará no tempo", garantiu o primeiro-ministro, que ressaltou que a "solução compartilhada é boa para a Itália e satisfatória para a UE". De acordo com o premier, os efeitos da manobra nas contas públicas serão monitorados "de maneira rigorosa". As declarações de Conte no Senado ocorreram depois que a Comissão Europeia afirmou que novo orçamento está aprovado. Agora, o governo italiano apresentará as mudanças, que preveem a redução de fundos para renda de cidadania e pensões, no Comitê de Orçamento. Os valores foram redefinidos passando para 10 bilhões e 254 milhões e euros em 2019, 12 bilhões e 242 milhões em 2020, 15 bilhões e 997 milhões em 2021.
"Podemos dizer em consciência que realizamos plenamente os desejos de nossos cidadãos, demonstrando determinação na política econômica do governo", finalizou Conte.
Os rendimentos dos títulos italianos de 10 anos passaram a recuar acentuadamente após as notícias sobre o orçamento. (ANSA)
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