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'Não sou laranja', diz ex-assessor de Flávio Bolsonaro

27/12/2018 09h03

SÃO PAULO, 27 DEZ (ANSA) - O motorista Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), concedeu entrevista ao SBT e alegou que as movimentações atípicas em sua conta, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), são resultados de compra e venda de carros. "Não sou laranja", declarou no programa, que foi ao ar na noite desta quarta-feira (26).   


"Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro... Sempre fui assim", disse. Queiroz era funcionário do gabinete do filho do presidente eleito Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde ganhava cerca de R$ 10 mil. Além do salário de assessor, ele era remunerado como policial e tinha renda mensal de cerca de R$ 24 mil.   


O Coaf, órgão do Ministério da Fazenda, investiga Queiroz por movimentação atípica de R$ 1,2 milhão no período de 13 meses, assim como por um cheque suspeito depositado na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, de R$ 24 mil. O presidente eleito diz que esse valor seria o pagamento de uma dívida que Queiroz tinha com ele, e o motorista endossou essa versão no SBT.   


A entrevista é o primeiro pronunciamento de Queiroz desde que as movimentações bancárias vieram à tona, em 6 de dezembro. O ex-assessor faltou a duas convocações do Ministério Público, onde deveria depor sobre o relatório da Coaf, e justificou sua ausência com problemas de saúde. Queiroz disse estar com um tumor maligno no intestino, que deve ser operado o mais rápido possível.   


O motorista afirmou que não está fugindo do MP. "Quero prestar esclarecimento o mais rápido possível", garantiu. Ainda segundo o Coaf, a mulher de Queiroz e uma das filhas também depositaram na conta do ex-assessor, constando até um repasse de R$ 97.641,20. Na entrevista, ele não detalhou a origem dos depósitos. "Esse mérito de dinheiro eu queria explicar para o MP", afirmou. (ANSA)
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