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Governo Bolsonaro tem militares como protagonistas

01/01/2019 11h47

SÃO PAULO, 28 DEZ (ANSA) - A partir desta terça-feira (1), o capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro assume a presidência da República e contará com pelo menos oito militares no 1º e 2º escalão do Executivo.   


A presença de oficiais dos níveis mais altos da hierarquia das Forças Armadas do país dentre os ministros do governo é o maior desde a redemocratização do Brasil.   


Atualmente, a formação divulgada pela equipe de transição conta com 22 ministros. Entre os militares estão Antônio Hamilton Martins Mourão, como vice-presidente; Augusto Heleno Ribeiro Pereira, no Gabinete de Segurança Institucional; Carlos Alberto dos Santos Cruz, na Secretaria de Governo; Fernando Azevedo e Silva, no ministério da Defesa.   


Além deles, há também Maynard Marques de Santa Rosa, na Secretaria de Assuntos Estratégicos; Floriano Peixoto Vieira Neto, como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência; Guilherme Theophilo, na Secretaria Nacional de Segurança Pública; e o almirante Bento Costa Lima Leite, no ministério de Minas e Energia.   


Com isso, o governo de Bolsonaro terá mais ministros com formação militar no primeiro escalão do que no governo do general Castelo Branco (1964-1967), que inaugurou os militares no poder depois do golpe de 1964. De acordo com especialistas, a presença deles no poder está relacionada ao universo em que o presidente eleito faz parte.   


Mesmo assim não é possível confirmar que isso trará um risco de autoritarismo, mas pode indicar que haverá uma certa dificuldade nas negociações. Para o professor da FGV, Sergio Paça, o governo pode até enfrentar entraves, mas não quer dizer que será responsabilidade dos militares, principalmente porque eles não terão a articulação política como sua responsabilidade, tendo em vista que o ministério da Economia será comandado por Paulo Guedes e o da Justiça e Segurança Pública pelo ex-juiz federal Sergio Moro.   


Bolsonaro toma posse nesta terça-feira (1) e é impossível prever o impacto da atuação do oficiais no 1º escalão, porque, segundo especialista, não dá para confundir a presença dos militares à frente de ministérios importantes com a militarização da administração do Estado. (ANSA)
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