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ONG rechaça oferta da Itália para acolher mulheres e menores

05/01/2019 13h08

ROMA, 05 JAN (ANSA) - A ONG Sea Watch, que está com um navio bloqueado há duas semanas no Mar Mediterrâneo Central, afirmou neste sábado (5) que "não pode levar a sério" a oferta do ministro do Trabalho e vice-premier da Itália, Luigi Di Maio, para desembarcar no país as mulheres e menores de idade a bordo da embarcação.   

O navio carrega 32 migrantes, incluindo quatro mulheres, quatro adolescentes e três crianças, e está em águas territoriais de Malta, mas ainda não recebeu autorização de nenhum país para ancorar. Os deslocados internacionais foram socorridos no último dia 22 de dezembro, na costa da Líbia.   

Na última sexta (4), Di Maio, contrariando seu colega, o ministro do Interior e também vice-premier Matteo Salvini, havia oferecido a Itália para acolher as mulheres e menores a bordo do navio da Sea Watch e de outra embarcação, esta da ONG Sea Eye, que leva 17 migrantes.   

Em entrevista ao jornal italiano Fatto Quotidiano, Giorgia Linardi, porta-voz da Sea Watch, rechaçou a oferta de Di Maio.   

"As declarações do vice-premier foram prontamente desmentidas por Matteo Salvini. A Itália permanece em uma posição que não é clara. É uma opção que não podemos levar a sério", declarou.   

De fato, pouco depois da declaração de Di Maio, Salvini afirmou no Twitter que não havia mudado de ideia quanto a manter os portos italianos fechados. Ainda assim, o ministro do Trabalho reafirmou a proposta e disse neste sábado que as ONGs "não podem se opor ao salvamento de vidas".   

Pelas normas internacionais, pessoas resgatadas no mar devem ser levadas para o porto seguro mais próximo, tarefa que recairia sobre Itália ou Malta, já que a Sea Watch julga que a Líbia não oferece condições mínimas de segurança. Os dois países, no entanto, fecharam os portos.   

A Guarda Costeira líbia é equipada e treinada pelas autoridades italianas, em uma forma de capacitá-la para realizar resgates no Mediterrâneo e impedir que migrantes e deslocados internacionais cheguem ao país europeu.   

O desembarque dos migrantes resgatados pela Sea Watch está sendo discutido pela União Europeia, mas os Estados-membros ainda não chegaram a um acordo sobre quem os acolherá. (ANSA)
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