Opositor é declarado vencedor de eleições na RDC
KINSHASA, 10 JAN (ANSA) - A Comissão Eleitoral da República Democrática do Congo (RDC), segundo maior país da África, declarou nesta quinta-feira (10) o líder de oposição Félix Tshisekedi, 55 anos, como vencedor das eleições presidenciais de 30 de dezembro.
Segundo o comitê, Tshisekedi recebeu 7 milhões de votos (38,6%), contra 6,36 milhões (34,8%) do também oposicionista Martin Fayulu e 4,35 milhões (23,8%) de Emmanuel Ramazani Shadary, apoiado pelo presidente Joseph Kabila, no poder desde 2001.
Fayulu, no entanto, contestou o resultado e afirmou ser vítima de fraude eleitoral. Ele havia sido considerado como vencedor em pesquisas e por observadores da Igreja Católica no país. Essa será a primeira passagem democrática de poder na RDC, que tem um longo histórico de confrontos interétnicos.
"Hoje eu estou feliz, feliz pelo povo do Congo. Ninguém poderia imaginar um cenário no qual um candidato de oposição seria vitorioso", celebrou Tshisekedi. Fayulu, por sua vez, acusa o presidente eleito de fazer um acordo de bastidores com Kabila.
O dilema da comunidade internacional é que questionar o resultado das urnas pode reabrir a espiral de violência no país.
A Igreja Católica, bastante influente na RDC, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a apuração, mas o papa Francisco disse, na última segunda-feira (7), que o "respeito ao resultado eleitoral é fator determinante para uma paz sustentável".
Tshisekedi é filho de um conhecido líder de oposição no Congo, Étienne Tshisekedi (1932-2017), mas não tem experiência na política e era relativamente pouco conhecido, tendo vivido por muitos anos na ex-metrópole Bélgica.
As eleições ocorreram de forma pacífica, porém com muitos registros de problemas técnicos. Além disso, 1 milhão dos 40 milhões de eleitores foram proibidos de última hora de participar, em função de uma epidemia de ebola.
O governo chegou a cortar a internet no dia seguinte à votação, para "evitar especulações nas redes sociais". A República Democrática do Congo é um país rico em minérios usados na fabricação de eletrônicos, e muitas minas são controladas por milícias étnicas.
Independente da Bélgica desde 1960, a RDC é governada desde 2001 por Kabila, por sua vez filho de Laurent-Désiré Kabila, que exercia o cargo desde 1997 e foi assassinado em circunstâncias até hoje envoltas em mistério. Seu antecessor, o ditador Mobutu Sese Seko, chefiara o país desde 1965.
Kabila é acusado de perseguir opositores e de ter fraudado as eleições que disputou. Seu segundo mandato terminou em 2016, mas ele passou dois anos adiando sua sucessão. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Segundo o comitê, Tshisekedi recebeu 7 milhões de votos (38,6%), contra 6,36 milhões (34,8%) do também oposicionista Martin Fayulu e 4,35 milhões (23,8%) de Emmanuel Ramazani Shadary, apoiado pelo presidente Joseph Kabila, no poder desde 2001.
Fayulu, no entanto, contestou o resultado e afirmou ser vítima de fraude eleitoral. Ele havia sido considerado como vencedor em pesquisas e por observadores da Igreja Católica no país. Essa será a primeira passagem democrática de poder na RDC, que tem um longo histórico de confrontos interétnicos.
"Hoje eu estou feliz, feliz pelo povo do Congo. Ninguém poderia imaginar um cenário no qual um candidato de oposição seria vitorioso", celebrou Tshisekedi. Fayulu, por sua vez, acusa o presidente eleito de fazer um acordo de bastidores com Kabila.
O dilema da comunidade internacional é que questionar o resultado das urnas pode reabrir a espiral de violência no país.
A Igreja Católica, bastante influente na RDC, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a apuração, mas o papa Francisco disse, na última segunda-feira (7), que o "respeito ao resultado eleitoral é fator determinante para uma paz sustentável".
Tshisekedi é filho de um conhecido líder de oposição no Congo, Étienne Tshisekedi (1932-2017), mas não tem experiência na política e era relativamente pouco conhecido, tendo vivido por muitos anos na ex-metrópole Bélgica.
As eleições ocorreram de forma pacífica, porém com muitos registros de problemas técnicos. Além disso, 1 milhão dos 40 milhões de eleitores foram proibidos de última hora de participar, em função de uma epidemia de ebola.
O governo chegou a cortar a internet no dia seguinte à votação, para "evitar especulações nas redes sociais". A República Democrática do Congo é um país rico em minérios usados na fabricação de eletrônicos, e muitas minas são controladas por milícias étnicas.
Independente da Bélgica desde 1960, a RDC é governada desde 2001 por Kabila, por sua vez filho de Laurent-Désiré Kabila, que exercia o cargo desde 1997 e foi assassinado em circunstâncias até hoje envoltas em mistério. Seu antecessor, o ditador Mobutu Sese Seko, chefiara o país desde 1965.
Kabila é acusado de perseguir opositores e de ter fraudado as eleições que disputou. Seu segundo mandato terminou em 2016, mas ele passou dois anos adiando sua sucessão. (ANSA)
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