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Italianos se atiram no mar para salvar migrantes

Imigrantes olham para fora do convés de um navio de busca e salvamento - DARRIN ZAMMIT LUPI/Reuters
Imigrantes olham para fora do convés de um navio de busca e salvamento Imagem: DARRIN ZAMMIT LUPI/Reuters

11/01/2019 08h53

Enquanto a União Europeia negociava o destino das 49 pessoas resgatadas pelas ONGs Sea Watch e Sea Eye, 51 migrantes de etnia curda foram salvos nesta quinta-feira (10) em Melissa, cidade situada na Calábria, extremo-sul da Itália.   

O barco em que eles estavam encalhara perto do litoral, e seus ocupantes decidiram pular no mar e nadar até a orla. Eles acabaram salvos por dezenas de cidadãos que se atiraram na água para ajudá-los.   

Esse é o primeiro desembarque do ano na Itália, e em uma rota pouco comum no país, proveniente do Oriente Médio. Em geral, os barcos que chegam à costa italiana partem da Líbia ou da Tunísia, que estão a poucas centenas de quilômetros de distância.   

Um migrante está desaparecido, segundo relatos daqueles que se salvaram. A polícia identificou dois supostos traficantes de seres humanos responsáveis pela viagem, ambos cidadãos russos que haviam se hospedado em um hotel para tentar disfarçar.   

O grupo de 51 migrantes inclui seis mulheres e quatro crianças, sendo uma delas recém-nascida. "Todos aqui se esforçaram ao máximo. Estou orgulhoso do funcionamento da máquina de socorro", declarou o prefeito de Melissa, Gino Murgi.   

A Itália endureceu suas políticas migratórias em junho passado, após a posse de Matteo Salvini no Ministério do Interior. O secretário do partido ultranacionalista Liga fechou os portos do país para ONGs que operam no Mediterrâneo e reduziu os recursos para projetos de acolhimento.