União Africana questiona resultado de eleição na RDC
KINSHASA, 18 JAN (ANSA) - A União Africana manifestou nesta sexta-feira (18) "sérias dúvidas" sobre o resultado das eleições presidenciais na República Democrática do Congo, vencidas pelo opositor Félix Tshisekedi, com 38,6% dos votos.
O segundo colocado na apuração, Martin Fayulu (34,8%), também de oposição, denunciou fraudes e acusa Tshisekedi de ter feito um acordo com o presidente Joseph Kabila, que governa o país desde 2001, para chegar ao poder. Fayulu pede uma recontagem manual dos votos.
Reunidos em Adis Abeba, na Etiópia, chefes de Estado e de governo da UA publicaram um comunicado no qual exprimem "sérias dúvidas sobre os resultados provisórios proclamados pela Comissão Eleitoral" e pedem a "suspensão da proclamação da apuração final das eleições", prevista para esta sexta.
O pleito ocorreu em 30 de dezembro, mas o resultado provisório só foi divulgado em 10 de janeiro e causou surpresa em observadores que acompanhavam a eleição. Até a Igreja Católica, que monitorou o processo eleitoral, disse que o resultado não condiz com suas informações.
Essa seria a primeira passagem democrática de poder na RDC, que tem um longo histórico de confrontos interétnicos. Os questionamentos sobre a apuração, no entanto, podem reabrir a espiral de violência no segundo maior país da África.
Tshisekedi é filho de um notório líder de oposição no Congo, Étienne Tshisekedi (1932-2017), mas não tem experiência na política e era relativamente pouco conhecido, tendo vivido por muitos anos na ex-metrópole Bélgica.
As eleições ocorreram de forma pacífica, porém com muitos registros de problemas técnicos. Além disso, 1 milhão dos 40 milhões de eleitores foram proibidos de última hora de participar, em função de uma epidemia de ebola.
O governo chegou a cortar a internet no dia seguinte à votação, para "evitar especulações nas redes sociais". A República Democrática do Congo é um país rico em minérios usados na fabricação de eletrônicos, e muitas minas são controladas por milícias étnicas. Independente da Bélgica desde 1960, a RDC é governada desde 2001 por Kabila, por sua vez filho de Laurent-Désiré Kabila, que exercia o cargo desde 1997 e foi assassinado em circunstâncias até hoje misteriosas. Seu antecessor, o ditador Mobutu Sese Seko, chefiara o país desde 1965.
Kabila é acusado de perseguir opositores e de ter fraudado as eleições que disputou. Seu segundo mandato terminou em 2016, mas ele passou mais de dois anos adiando sua sucessão. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O segundo colocado na apuração, Martin Fayulu (34,8%), também de oposição, denunciou fraudes e acusa Tshisekedi de ter feito um acordo com o presidente Joseph Kabila, que governa o país desde 2001, para chegar ao poder. Fayulu pede uma recontagem manual dos votos.
Reunidos em Adis Abeba, na Etiópia, chefes de Estado e de governo da UA publicaram um comunicado no qual exprimem "sérias dúvidas sobre os resultados provisórios proclamados pela Comissão Eleitoral" e pedem a "suspensão da proclamação da apuração final das eleições", prevista para esta sexta.
O pleito ocorreu em 30 de dezembro, mas o resultado provisório só foi divulgado em 10 de janeiro e causou surpresa em observadores que acompanhavam a eleição. Até a Igreja Católica, que monitorou o processo eleitoral, disse que o resultado não condiz com suas informações.
Essa seria a primeira passagem democrática de poder na RDC, que tem um longo histórico de confrontos interétnicos. Os questionamentos sobre a apuração, no entanto, podem reabrir a espiral de violência no segundo maior país da África.
Tshisekedi é filho de um notório líder de oposição no Congo, Étienne Tshisekedi (1932-2017), mas não tem experiência na política e era relativamente pouco conhecido, tendo vivido por muitos anos na ex-metrópole Bélgica.
As eleições ocorreram de forma pacífica, porém com muitos registros de problemas técnicos. Além disso, 1 milhão dos 40 milhões de eleitores foram proibidos de última hora de participar, em função de uma epidemia de ebola.
O governo chegou a cortar a internet no dia seguinte à votação, para "evitar especulações nas redes sociais". A República Democrática do Congo é um país rico em minérios usados na fabricação de eletrônicos, e muitas minas são controladas por milícias étnicas. Independente da Bélgica desde 1960, a RDC é governada desde 2001 por Kabila, por sua vez filho de Laurent-Désiré Kabila, que exercia o cargo desde 1997 e foi assassinado em circunstâncias até hoje misteriosas. Seu antecessor, o ditador Mobutu Sese Seko, chefiara o país desde 1965.
Kabila é acusado de perseguir opositores e de ter fraudado as eleições que disputou. Seu segundo mandato terminou em 2016, mas ele passou mais de dois anos adiando sua sucessão. (ANSA)
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