Itália é condenada a pagar indenização a Amanda Knox
ESTRASBURGO, 24 JAN (ANSA) - A Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo, na França, reconheceu nesta quinta-feira (24) que a Itália violou os direitos da defesa da norte-americana Amanda Knox durante interrogatórios sobre o assassinato da estudante britânica Meredith Kercher em 6 de novembro de 2007. A justiça ordenou que o governo italiano pague a Knox uma indenização de cerca de 18 mil euros, sendo 10 mil pela falta de assistência jurídica e um tradutor e 8 mil euros por custos e despesas.
No parecer, os juízes afirmaram que a Itália não conseguiu provar que "a restrição do acesso de Knox não prejudicou irreparavelmente a imparcialidade do processo como um todo".
Segundo a defesa de Knox, ao ser presa pela polícia italiana, em novembro de 2007, ela foi questionada sem a presença de advogados e submetida a um "fortíssimo estresse psicológico".
Além disso, a norte-americana alega não ter contado com a presença de um tradutor. No processo, ela também disse que os "tapas" que levou na testa durante o interrogatório constituem um tratamento "desumano e degradante". A Corte Europeia acolheu a ação em maio do ano passado e, na ocasião, notificou o governo italiano para que pudesse realizar sua defesa. Hoje no papel de vítima, a norte-americana foi absolvida em março de 2015 do assassinato de Kercher, ocorrido em novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia. Ela e seu ex-namorado Raffaele Sollecito chegaram a ser condenados em segunda instância a mais de 20 anos de prisão pelo crime, mas uma sentença definitiva da Corte de Cassação de Roma os livrou da pena.
Relembre o crime O homicídio ocorreu na cidade italiana de Perúgia, onde Knox e Kercher dividiam um apartamento. O corpo da britânica foi encontrado na residência em que elas moravam degolado, seminu e com uma série de feridas.
O caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.
Ao lado do marfinense Rudy Guede, que vivia com as duas e foi condenado a 16 anos de prisão, Knox e Sollecito - na época namorados - foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle.
A beleza da norte-americana também foi outro chamariz para o crime. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo". O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação anulou o processo por conta de uma série de falhas na perícia.
No mesmo dia em que foi libertada, a norte-americana voltou para a casa de sua família em Seattle, nos Estados Unidos, onde está até hoje. No fim de 2013, o mesmo tribunal determinou a reabertura do caso, já que a inocência dos dois não tinha sido comprovada, culminando na sentença condenatória da Corte de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.
Contudo, a decisão foi derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
No parecer, os juízes afirmaram que a Itália não conseguiu provar que "a restrição do acesso de Knox não prejudicou irreparavelmente a imparcialidade do processo como um todo".
Segundo a defesa de Knox, ao ser presa pela polícia italiana, em novembro de 2007, ela foi questionada sem a presença de advogados e submetida a um "fortíssimo estresse psicológico".
Além disso, a norte-americana alega não ter contado com a presença de um tradutor. No processo, ela também disse que os "tapas" que levou na testa durante o interrogatório constituem um tratamento "desumano e degradante". A Corte Europeia acolheu a ação em maio do ano passado e, na ocasião, notificou o governo italiano para que pudesse realizar sua defesa. Hoje no papel de vítima, a norte-americana foi absolvida em março de 2015 do assassinato de Kercher, ocorrido em novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia. Ela e seu ex-namorado Raffaele Sollecito chegaram a ser condenados em segunda instância a mais de 20 anos de prisão pelo crime, mas uma sentença definitiva da Corte de Cassação de Roma os livrou da pena.
Relembre o crime O homicídio ocorreu na cidade italiana de Perúgia, onde Knox e Kercher dividiam um apartamento. O corpo da britânica foi encontrado na residência em que elas moravam degolado, seminu e com uma série de feridas.
O caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.
Ao lado do marfinense Rudy Guede, que vivia com as duas e foi condenado a 16 anos de prisão, Knox e Sollecito - na época namorados - foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle.
A beleza da norte-americana também foi outro chamariz para o crime. Na Itália, ela ficou conhecida como "a diaba com rosto de anjo". O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação anulou o processo por conta de uma série de falhas na perícia.
No mesmo dia em que foi libertada, a norte-americana voltou para a casa de sua família em Seattle, nos Estados Unidos, onde está até hoje. No fim de 2013, o mesmo tribunal determinou a reabertura do caso, já que a inocência dos dois não tinha sido comprovada, culminando na sentença condenatória da Corte de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.
Contudo, a decisão foi derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo. (ANSA)
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