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Campanha por Nobel a cidade italiana tem 90 mil assinaturas

31/01/2019 16h05

ROMA, 30 JAN (ANSA) - A campanha em prol da candidatura de Riace, cidade italiana da Calábria famosa por seus projetos de acolhimento de migrantes, ao prêmio Nobel da Paz coletou mais de 90 mil assinaturas.   

O abaixo-assinado e as motivações da candidatura foram enviados nesta quinta-feira (31) ao Comitê do Nobel da Paz, em Oslo, na Noruega, que anunciará o vencedor da honraria em outubro.   

"Essa coleta de assinaturas é algo que me gratifica em uma época na qual prevalece a amargura", declarou Domenico "Mimmo" Lucano, prefeito afastado de Riace em uma investigação de favorecimento à migração clandestina.   

Lucano é suspeito de ter facilitado casamentos forjados para garantir a permanência na Itália de migrantes em situação irregular. O Ministério do Interior, chefiado pelo ultranacionalista Matteo Salvini, ainda o acusa de irregularidades no uso de recursos nacionais para financiar projetos de acolhimento.   

O prefeito está proibido de entrar em Riace e chegou a ficar preso em regime domiciliar no mês de outubro. Lucano governa a cidade desde 2004 e ganhou fama internacional por seus projetos de acolhimento de migrantes e refugiados. Suas ações o fizeram entrar, em 2016, na lista dos 50 maiores "líderes" do mundo da revista "Fortune".   

Em seus mandatos, ofereceu casas abandonadas e treinamento profissional a estrangeiros, além de uma "bolsa trabalho", ajudando a revitalizar a economia de Riace, afetada pelo esvaziamento populacional que atinge muitos vilarejos italianos.   

Esses projetos, no entanto, correm o risco de desaparecer por causa do bloqueio de repasses imposto pelo Ministério do Interior, que pede comprovantes dos gastos à Prefeitura. "Quem nos governa é como Pinochet, basta ver o que acontece em Siracusa. Chegamos no fundo do poço", disse Lucano, em referência ao bloqueio de um navio com 47 migrantes em Siracusa, na Sicília.   

Os deslocados internacionais desembarcaram nesta quinta-feira (31), após um acordo para redistribuí-los pela União Europeia.   

(ANSA)
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