Moro apresenta versão 'fatiada' de projeto anticrime
SÃO PAULO, 19 FEV (ANSA) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, levou ao Congresso Nacional nesta terça-feira (19) uma versão "fatiada" de seu projeto "anticrime", que busca combater a violência, a delinquência organizada e a corrupção.
A principal novidade no texto apresentado por Moro ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é a ausência do item que criminaliza a prática do "caixa dois", ou seja, movimentar valores que não tenham sido declarados à Justiça Eleitoral.
Segundo o ministro, "houve uma reclamação por parte de alguns agentes políticos de que o caixa dois é um crime grave, mas que não tem a mesma gravidade de corrupção, crime organizado e crimes violentos".
"Acabamos optando por colocar a criminalização [do caixa dois] em um projeto à parte, mas que está sendo enviado ao mesmo tempo", disse Moro. Durante uma palestra nos Estados Unidos em 2017, o então juiz havia dito que o "caixa dois" era um "crime contra a democracia" e que a "corrupção para financiamento de campanha" era "pior do que para o enriquecimento ilícito".
O projeto anticrime também foi dividido entre aquele com medidas de combate à corrupção e ao crime organizado e aquele com alterações no código de processo penal. Ao todo, os três textos mudam 14 leis, incluindo a ampliação da definição de "organização criminosa".
O projeto de Moro cita nominalmente as maiores facções do Brasil, como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho, Família do Norte, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos. Segundo o ministro, esse trecho é inspirado no artigo 416 bis do Código Penal da Itália, que tipifica o conceito de máfia e cita explicitamente a Camorra e a 'ndrangheta.
Os textos anticrime ainda permitem a prisão após condenação em segunda instância ou sentença emitida por Tribunal do Júri e determinam que réus sentenciados por corrupção e peculato comecem a cumprir pena em regime fechado.
O projeto também amplia as possibilidades de legítima defesa para agentes de segurança pública e cidadãos comuns, uma das bandeiras do governo Bolsonaro. Moro quer permitir que se mate suspeitos em situações de "risco de agressão", e não apenas em condições de "ameaça concreta" ou reação, como é hoje.
Já as penas por "excesso doloso" poderão ser reduzidas ou até anuladas caso a reação tenha sido motivada por "escusável medo, surpresa ou violenta emoção". (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A principal novidade no texto apresentado por Moro ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, é a ausência do item que criminaliza a prática do "caixa dois", ou seja, movimentar valores que não tenham sido declarados à Justiça Eleitoral.
Segundo o ministro, "houve uma reclamação por parte de alguns agentes políticos de que o caixa dois é um crime grave, mas que não tem a mesma gravidade de corrupção, crime organizado e crimes violentos".
"Acabamos optando por colocar a criminalização [do caixa dois] em um projeto à parte, mas que está sendo enviado ao mesmo tempo", disse Moro. Durante uma palestra nos Estados Unidos em 2017, o então juiz havia dito que o "caixa dois" era um "crime contra a democracia" e que a "corrupção para financiamento de campanha" era "pior do que para o enriquecimento ilícito".
O projeto anticrime também foi dividido entre aquele com medidas de combate à corrupção e ao crime organizado e aquele com alterações no código de processo penal. Ao todo, os três textos mudam 14 leis, incluindo a ampliação da definição de "organização criminosa".
O projeto de Moro cita nominalmente as maiores facções do Brasil, como Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho, Família do Norte, Terceiro Comando Puro e Amigos dos Amigos. Segundo o ministro, esse trecho é inspirado no artigo 416 bis do Código Penal da Itália, que tipifica o conceito de máfia e cita explicitamente a Camorra e a 'ndrangheta.
Os textos anticrime ainda permitem a prisão após condenação em segunda instância ou sentença emitida por Tribunal do Júri e determinam que réus sentenciados por corrupção e peculato comecem a cumprir pena em regime fechado.
O projeto também amplia as possibilidades de legítima defesa para agentes de segurança pública e cidadãos comuns, uma das bandeiras do governo Bolsonaro. Moro quer permitir que se mate suspeitos em situações de "risco de agressão", e não apenas em condições de "ameaça concreta" ou reação, como é hoje.
Já as penas por "excesso doloso" poderão ser reduzidas ou até anuladas caso a reação tenha sido motivada por "escusável medo, surpresa ou violenta emoção". (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.