Macron propõe 'renascimento' para salvar União Europeia
PARIS, 05 MAR (ANSA) - Faltando pouco menos de três meses para as eleições europeias do fim de maio, o presidente da França, Emmanuel Macron, divulgou nesta segunda-feira (4) uma carta aos cidadãos europeus na qual propõe um "renascimento" para salvar o bloco da morte.
O texto foi publicado em jornais dos 28 Estados-membros da União Europeia, incluindo o Reino Unido, e lista uma série de propostas para reforçar a integração e conter a deriva nacionalista em muitos países.
Aparentemente recuperado da queda de popularidade imposta pelo movimento dos "coletes amarelos", Macron tenta agora despontar como líder antinacionalista da União Europeia, uma vez que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, já está com sua aposentadoria marcada para 2021.
A carta é intitulada "Para um renascimento europeu" e se divide em três capítulos: "Defender nossa liberdade", "Proteger nosso continente" e "Reencontrar o espírito do progresso". Nela, Macron lança um "apelo urgente" contra o "risco mortal" que aflige a UE.
"Cidadãos da Europa, se tomo a liberdade de me dirigir diretamente a vocês, não é apenas em nome da história e de nossos valores em comum, mas sim porque há urgência. Nunca, desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa foi tão necessária e, todavia, esteve tanto em perigo", escreveu o presidente.
Segundo Macron, o iminente Brexit, marcado para 29 de março de 2019, é o "símbolo da crise de uma Europa que não soube responder às necessidades de proteção dos povos perante os grandes choques do mundo contemporâneo". Mas também, ressaltou, é resultado das "mentiras" e da "irresponsabilidade" que podem "destruir" o continente.
"Quem disse aos britânicos a verdade sobre seu futuro após a saída do Reino Unido da União Europeia? Quem disse a eles que perderiam o acesso ao mercado europeu? Quem evocou os riscos para a paz na Irlanda?", questionou Macron, antes de alertar: "O nacionalismo não propõe nada, é uma recusa sem projeto, e essa armadilha ameaça toda a Europa".
Entre as propostas apresentadas pelo presidente da França estão a revisão total do Acordo de Schengen, que estabelece a livre circulação de pessoas dentro do bloco, a criação de um Conselho de Segurança Europeu e a proibição de financiamento estrangeiro aos partidos dos Estados-membros.
Na questão migratória, ele também sugere a criação de uma polícia única de fronteiras e de uma agência europeia para analisar pedidos de refúgio. Outra proposta é a abertura de um "fundo europeu para o clima", com o objetivo de financiar a transição ecológica na Europa.
Além disso, ele quer convocar até o fim do ano uma "Conferência para a Europa", para propor "todas as mudanças necessárias a nosso projeto político, sem tabus". "Em todos os lugares os cidadãos nos pedem para participar da mudança", justificou.
As eleições para o Parlamento Europeu acontecerão de 23 a 26 de maio e podem marcar o maior avanço de forças nacionalistas na história do bloco, capitaneado pelo ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que deve levar seu partido, a Liga, ao posto de segundo mais popular da UE. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O texto foi publicado em jornais dos 28 Estados-membros da União Europeia, incluindo o Reino Unido, e lista uma série de propostas para reforçar a integração e conter a deriva nacionalista em muitos países.
Aparentemente recuperado da queda de popularidade imposta pelo movimento dos "coletes amarelos", Macron tenta agora despontar como líder antinacionalista da União Europeia, uma vez que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, já está com sua aposentadoria marcada para 2021.
A carta é intitulada "Para um renascimento europeu" e se divide em três capítulos: "Defender nossa liberdade", "Proteger nosso continente" e "Reencontrar o espírito do progresso". Nela, Macron lança um "apelo urgente" contra o "risco mortal" que aflige a UE.
"Cidadãos da Europa, se tomo a liberdade de me dirigir diretamente a vocês, não é apenas em nome da história e de nossos valores em comum, mas sim porque há urgência. Nunca, desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa foi tão necessária e, todavia, esteve tanto em perigo", escreveu o presidente.
Segundo Macron, o iminente Brexit, marcado para 29 de março de 2019, é o "símbolo da crise de uma Europa que não soube responder às necessidades de proteção dos povos perante os grandes choques do mundo contemporâneo". Mas também, ressaltou, é resultado das "mentiras" e da "irresponsabilidade" que podem "destruir" o continente.
"Quem disse aos britânicos a verdade sobre seu futuro após a saída do Reino Unido da União Europeia? Quem disse a eles que perderiam o acesso ao mercado europeu? Quem evocou os riscos para a paz na Irlanda?", questionou Macron, antes de alertar: "O nacionalismo não propõe nada, é uma recusa sem projeto, e essa armadilha ameaça toda a Europa".
Entre as propostas apresentadas pelo presidente da França estão a revisão total do Acordo de Schengen, que estabelece a livre circulação de pessoas dentro do bloco, a criação de um Conselho de Segurança Europeu e a proibição de financiamento estrangeiro aos partidos dos Estados-membros.
Na questão migratória, ele também sugere a criação de uma polícia única de fronteiras e de uma agência europeia para analisar pedidos de refúgio. Outra proposta é a abertura de um "fundo europeu para o clima", com o objetivo de financiar a transição ecológica na Europa.
Além disso, ele quer convocar até o fim do ano uma "Conferência para a Europa", para propor "todas as mudanças necessárias a nosso projeto político, sem tabus". "Em todos os lugares os cidadãos nos pedem para participar da mudança", justificou.
As eleições para o Parlamento Europeu acontecerão de 23 a 26 de maio e podem marcar o maior avanço de forças nacionalistas na história do bloco, capitaneado pelo ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que deve levar seu partido, a Liga, ao posto de segundo mais popular da UE. (ANSA)
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