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'Não encontramos solução', diz UE sobre Brexit

06/03/2019 10h04

BRUXELAS, 06 MAR (ANSA) - Faltando pouco mais de 20 dias para o Brexit, a Comissão Europeia afirmou nesta quarta-feira (6) que não foi identificada uma "solução" para resolver o impasse nas negociações com o Reino Unido.   

Londres e Bruxelas já conseguiram fechar um acordo no fim do ano passado, mas o texto foi rejeitado pelo Parlamento britânico em janeiro, principalmente em função do "backstop", mecanismo que garante a manutenção de fronteiras abertas entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.   

"O negociador-chefe da União Europeia sobre o Brexit, Michel Barnier, informou ao colégio de comissários que, apesar de as negociações terem ocorrido em uma atmosfera construtiva, as discussões foram difíceis", disse o porta-voz do poder Executivo da UE, Margaritis Schinas.   

A declaração foi dada após tratativas conduzidas por Barnier, pelo secretário do Reino Unido para o Brexit, Stephen Barclay, e pelo procurador-geral para Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, Geoffrey Cox.   

"Não foi identificada uma solução que seja coerente com o acordo de divórcio, incluindo o protocolo sobre a Irlanda do Norte, que não será reaberto", acrescentou Schinas. O backstop só será ativado se Londres e Bruxelas não finalizarem um acordo comercial durante o período de transição do Brexit, até 31 de dezembro de 2020.   

O governo britânico, no entanto, teme que isso enfraqueça sua posição nas futuras negociações, já que o backstop criaria uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido.   

Em entrevista à emissora Sky News, um ministro do governo de Theresa May que preferiu manter o anonimato disse que o adiamento do divórcio, marcado para 29 de março, é "inevitável".   

O Parlamento votará novamente um acordo entre Reino Unido e UE no dia 12 de março, mas é improvável que o impasse se resolva.   

"Agora é inevitável que haja uma extensão técnica. Um mês provavelmente não seria suficiente para aprovar a legislação.   

Isso já foi aceito no governo, não há modo de evitar", afirmou o ministro. (ANSA)
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