Arábia Saudita negocia investimento no Teatro alla Scala
MILÃO, 07 MAR (ANSA) - Enfrentando uma crise de imagem no mundo inteiro por causa da opressão de seu regime, a Arábia Saudita mira em uma das instituições culturais mais prestigiosas da Itália para tentar ser vista com bons olhos no Ocidente: o Teatro alla Scala, histórica casa de óperas situada em Milão.
O país árabe pretende investir 15 milhões de euros em cinco anos e aplicar outros 7 milhões para abrir um conservatório de música e dança para crianças em Riad, em troca de obter uma cadeira no conselho de administração do teatro. O investimento seria feito através da petrolífera estatal Saudi Aramco.
A oferta, que será discutida pelos conselheiros do Scala em 18 de março, levantou preocupação na Itália, devido à suspeita de que a Arábia Saudita esteja querendo usar a casa de ópera mais famosa do país europeu para "limpar" sua imagem no Ocidente.
Apesar das recentes aberturas promovidas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita ainda é uma das nações do mundo que mais reprimem as mulheres, e o regime é acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, torturado e esquartejado no consulado do país em Istambul.
Além disso, a Arábia Saudita, governada por uma monarquia que segue uma vertente radical do Islã sunita, é acusada de inúmeras violações de direitos humanos. Segundo o superintendente do Teatro alla Scala, Alexander Pereira, incentivador da parceria, a ideia surgiu de Max Ferrari, conselheiro regional da Lombardia pelo partido Liga, do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini.
Pereira também diz que o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, do Partido Democrático (PD), estava ciente do projeto desde janeiro, mas tanto o chefe municipal quanto Ferrari negaram as informações. "Eu me limitei a colocá-lo em contato com a embaixada saudita em Roma e depois conversei com a nossa em Riad para levar o coro do Scala a Riad. Ponto final. Nunca falei da possibilidade de financiamentos nem de um lugar no conselho de administração", disse o conselheiro lombardo.
Por sua vez, Sala, que também é presidente do teatro, afirmou que "absolutamente não tinha conhecimento" sobre o assunto. De acordo com ele, o ingresso saudita só acontecerá se houver apoio unânime no conselho de administração. A polêmica agora ameaça o mandato de Pereira, que termina em 2020.
"A Arábia Saudita está tentando limpar sua imagem após aquilo que fez nos últimos meses. É uma iniciativa desesperada", disse a ativista saudita Omaima al Najjar, que obteve asilo na Itália, ao jornal La Repubblica. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O país árabe pretende investir 15 milhões de euros em cinco anos e aplicar outros 7 milhões para abrir um conservatório de música e dança para crianças em Riad, em troca de obter uma cadeira no conselho de administração do teatro. O investimento seria feito através da petrolífera estatal Saudi Aramco.
A oferta, que será discutida pelos conselheiros do Scala em 18 de março, levantou preocupação na Itália, devido à suspeita de que a Arábia Saudita esteja querendo usar a casa de ópera mais famosa do país europeu para "limpar" sua imagem no Ocidente.
Apesar das recentes aberturas promovidas pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a Arábia Saudita ainda é uma das nações do mundo que mais reprimem as mulheres, e o regime é acusado de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, torturado e esquartejado no consulado do país em Istambul.
Além disso, a Arábia Saudita, governada por uma monarquia que segue uma vertente radical do Islã sunita, é acusada de inúmeras violações de direitos humanos. Segundo o superintendente do Teatro alla Scala, Alexander Pereira, incentivador da parceria, a ideia surgiu de Max Ferrari, conselheiro regional da Lombardia pelo partido Liga, do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini.
Pereira também diz que o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, do Partido Democrático (PD), estava ciente do projeto desde janeiro, mas tanto o chefe municipal quanto Ferrari negaram as informações. "Eu me limitei a colocá-lo em contato com a embaixada saudita em Roma e depois conversei com a nossa em Riad para levar o coro do Scala a Riad. Ponto final. Nunca falei da possibilidade de financiamentos nem de um lugar no conselho de administração", disse o conselheiro lombardo.
Por sua vez, Sala, que também é presidente do teatro, afirmou que "absolutamente não tinha conhecimento" sobre o assunto. De acordo com ele, o ingresso saudita só acontecerá se houver apoio unânime no conselho de administração. A polêmica agora ameaça o mandato de Pereira, que termina em 2020.
"A Arábia Saudita está tentando limpar sua imagem após aquilo que fez nos últimos meses. É uma iniciativa desesperada", disse a ativista saudita Omaima al Najjar, que obteve asilo na Itália, ao jornal La Repubblica. (ANSA)
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