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Premier da Itália diz ser contra trem-bala com a França

07/03/2019 16h56

ROMA, 07 FEV (ANSA) - Faltando um dia para o fim do prazo estipulado pelo governo da Itália para dar um parecer definitivo sobre a construção de uma linha ferroviária com a França, o primeiro-ministro Giuseppe Conte disse nesta quinta-feira (7), em coletiva de imprensa, que é contra a obra.   

O projeto prevê a construção de uma linha de alta velocidade entre Turim, na Itália, e Lyon, na França, mas hoje é um dos principais motivos de divisão dentro do governo: enquanto o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), "acionista de maioria", quer abandonar a obra, a ultranacionalista Liga quer continuá-la.   

"Sem nenhum preconceito ideológico ou fator emocional, expressei fortes dúvidas e perplexidades sobre a conveniência do TAV [trem de alta velocidade]. Não estou de fato convencido de que este seja um projeto do qual a Itália precise", afirmou Conte, que é ligado ao M5S.   

"Se fôssemos definir hoje, eu lutaria para que não fosse realizado", acrescentou o primeiro-ministro, que defendeu a convocação de reuniões com a França e a União Europeia para "compartilhar essas dúvidas".   

O M5S chegou a encomendar um estudo questionando o custo-benefício do projeto. A Liga, no entanto, desacreditou o relatório e deseja a conclusão de uma linha que já foi iniciada, já que sua interrupção poderia acarretar prejuízos para o governo.   

Na noite da última quarta (6), Conte se reuniu durante cinco horas com os vice-primeiros-ministros Matteo Salvini, secretário da Liga, e Luigi Di Maio, líder do M5S, mas não foi suficiente para solucionar o impasse. "Não fui eleito para bloquear, mas sim para desbloquear. Tenho ideias claras, e espero que isso termine o mais rapidamente possível", disse Salvini.   

Espera-se uma decisão definitiva do governo até esta sexta-feira (8), mas as posições dos dois partidos da base aliada continuam distantes. Os jornais italianos especulam inclusive que as divergências podem abreviar a vida do atual governo, embora todas as partes envolvidas garantam que a legislatura seguirá até 2023. (ANSA)
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