Itália manda adiar licitações de trem-bala com a França
ROMA, 09 MAR (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, determinou o adiamento das licitações para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Turim, no Piemonte, e Lyon, na França.
Em carta enviada nesta sexta-feira (8) ao consórcio ítalo-francês Telt, formado para conduzir a obra, o premier afirma que decidiu submeter o projeto a uma "nova análise de custo-benefício".
A medida, anunciada neste sábado (9), representa uma vitória do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) na queda de braço com a ultranacionalista Liga sobre a realização da linha Turim-Lyon, já que os dois partidos têm posições divergentes.
Enquanto o M5S deseja engavetar o projeto - uma de suas bandeiras ideológicas mais fortes -, a Liga prega sua continuidade, uma vez que já foram iniciadas as escavações nas montanhas. "A análise técnica efetuada por especialistas nomeados pelo ministro da Infraestrutura e dos Transportes [Danilo Toninelli, do M5S] nos impõe a reavaliação da obra, cuja correspondência ao interesse público ainda não foi confirmada", escreveu Conte.
Em função disso, o primeiro-ministro pede para a Telt "se abster" de "qualquer nova ação" que acarrete obrigações jurídicas para o Estado italiano. "Convido-lhes a adiar a comunicação dos editais de licitação, a fim de evitar que terceiros possam formular ofertas para a realização da obra, condicionando, por tal caminho, determinações definitivas que meu governo pretende assumir no futuro próximo", acrescentou.
Conte encerra a carta dizendo que informará o governo da França e a Comissão Europeia, que também financiarão o projeto, sobre a decisão de seu governo. A Telt já estava para publicar no Diário Oficial da União Europeia os editais para a construção do túnel-base da linha Turim-Lyon, o que daria início à liberação de recursos públicos.
Ainda assim, o consórcio disse que, na próxima segunda-feira (11), seu conselho de administração deve autorizar a publicação do convite à apresentação de candidaturas para os lotes franceses da linha. Com isso, a Telt pretende respeitar o prazo de 31 de março para não perder os fundos da União Europeia para o projeto em 2019, que somam 300 milhões de euros.
Segundo a subsecretária do Ministério das Finanças da Itália, Laura Castelli (M5S), no entanto, o adiamento será de pelo menos seis meses, e a construção só seguirá em frente se Paris e Roma "alcançarem um acordo sério".
Após ter acenado com a possibilidade de uma crise de governo, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, secretário da Liga, destacou que não há "vencedores e perdedores" na questão da linha Turim-Lyon. "A Liga governa para que os italianos vençam", afirmou.
Salvini cogita até convocar um plebiscito sobre o projeto ou passar a questão ao Parlamento, onde provavelmente o M5S ficaria isolado. Já o líder do movimento antissistema, Luigi Di Maio, também ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier, disse que obteve "um grande sucesso" com o adiamento das licitações.
"Pedimos que seu dinheiro não fosse vinculado a uma obra colocada em discussão", declarou, em transmissão ao vivo no Facebook. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Em carta enviada nesta sexta-feira (8) ao consórcio ítalo-francês Telt, formado para conduzir a obra, o premier afirma que decidiu submeter o projeto a uma "nova análise de custo-benefício".
A medida, anunciada neste sábado (9), representa uma vitória do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) na queda de braço com a ultranacionalista Liga sobre a realização da linha Turim-Lyon, já que os dois partidos têm posições divergentes.
Enquanto o M5S deseja engavetar o projeto - uma de suas bandeiras ideológicas mais fortes -, a Liga prega sua continuidade, uma vez que já foram iniciadas as escavações nas montanhas. "A análise técnica efetuada por especialistas nomeados pelo ministro da Infraestrutura e dos Transportes [Danilo Toninelli, do M5S] nos impõe a reavaliação da obra, cuja correspondência ao interesse público ainda não foi confirmada", escreveu Conte.
Em função disso, o primeiro-ministro pede para a Telt "se abster" de "qualquer nova ação" que acarrete obrigações jurídicas para o Estado italiano. "Convido-lhes a adiar a comunicação dos editais de licitação, a fim de evitar que terceiros possam formular ofertas para a realização da obra, condicionando, por tal caminho, determinações definitivas que meu governo pretende assumir no futuro próximo", acrescentou.
Conte encerra a carta dizendo que informará o governo da França e a Comissão Europeia, que também financiarão o projeto, sobre a decisão de seu governo. A Telt já estava para publicar no Diário Oficial da União Europeia os editais para a construção do túnel-base da linha Turim-Lyon, o que daria início à liberação de recursos públicos.
Ainda assim, o consórcio disse que, na próxima segunda-feira (11), seu conselho de administração deve autorizar a publicação do convite à apresentação de candidaturas para os lotes franceses da linha. Com isso, a Telt pretende respeitar o prazo de 31 de março para não perder os fundos da União Europeia para o projeto em 2019, que somam 300 milhões de euros.
Segundo a subsecretária do Ministério das Finanças da Itália, Laura Castelli (M5S), no entanto, o adiamento será de pelo menos seis meses, e a construção só seguirá em frente se Paris e Roma "alcançarem um acordo sério".
Após ter acenado com a possibilidade de uma crise de governo, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, secretário da Liga, destacou que não há "vencedores e perdedores" na questão da linha Turim-Lyon. "A Liga governa para que os italianos vençam", afirmou.
Salvini cogita até convocar um plebiscito sobre o projeto ou passar a questão ao Parlamento, onde provavelmente o M5S ficaria isolado. Já o líder do movimento antissistema, Luigi Di Maio, também ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier, disse que obteve "um grande sucesso" com o adiamento das licitações.
"Pedimos que seu dinheiro não fosse vinculado a uma obra colocada em discussão", declarou, em transmissão ao vivo no Facebook. (ANSA)
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