Itália ignora pressão e sinaliza apoio à 'Nova Rota da Seda'
GÊNOVA E MILÃO, 10 MAR (ANSA) - O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, confirmou que assinará um memorando de entendimento com o presidente da China, Xi Jinping, referente à "Nova Rota da Seda", megaprojeto de US$ 1 trilhão para aumentar a influência de Pequim no restante do mundo e que levanta preocupações nos Estados Unidos.
Xi fará uma visita ao país europeu entre os dias 21 e 24 de março, quando deve celebrar um acordo para regular as relações futuras com a terceira economia da zona do euro. A Itália pode se tornar a primeira potência europeia a aderir ao projeto.
"É um projeto importante de conectividade e de infraestrutura que propõe uma grande disponibilidade da China a cultivar trocas comerciais. Com as ressalvas oportunas, acredito que possa ser uma oportunidade para nosso país. O encontro na Itália com o presidente chinês será a ocasião para subscrever o acordo-quadro. Não significa que estaremos vinculados no dia seguinte, mas poderemos entrar e dialogar", disse Conte na última sexta-feira (8).
A ideia foi reforçada pelo ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier Luigi Di Maio neste domingo (10). "Respeito as preocupações de nosso aliado, mas se olhamos para a Rota da Seda, não é para fazer acordos políticos com a China, é apenas para ajudar nossas empresas a levarem o 'made in Italy' a um mercado com demanda", disse.
Batizado oficialmente como "Belt and Road Initiative" (BRI), ou, em tradução livre, "Iniciativa do Cinturão e Rota", o projeto propõe a criação de uma extensa rede de comunicações para impulsionar a conectividade internacional e fomentar a economia digital.
Essa é a forma encontrada pela China de manter índices robustos de expansão do PIB e de aumentar seu "soft power" no mundo, atraindo países de todos os continentes para a BRI, assim como as antigas rotas comerciais que ligavam o Oriente à Europa.
O projeto também deve englobar investimentos pesados em infraestrutura em dezenas de países, sobretudo da África, da Ásia e da América Latina, que ainda carecem de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. A Itália, no entanto, enfrenta pressões para não aderir à "Nova Rota da Seda".
"A Itália é uma importante economia global e um grande destino de investimentos. Não há necessidade de o governo italiano legitimar um projeto de vaidade chinês para infraestrutura", escreveu no Twitter Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O governo da Itália, por sua vez, busca maneiras de reaquecer a combalida economia do país, que já está em recessão técnica e arrisca percorrer o ano de 2019 com sinal negativo. As taxas de desemprego permanecem superiores a 10%, e a desaceleração da zona do euro em função da guerra comercial entre EUA e China contribui para agravar o cenário. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Xi fará uma visita ao país europeu entre os dias 21 e 24 de março, quando deve celebrar um acordo para regular as relações futuras com a terceira economia da zona do euro. A Itália pode se tornar a primeira potência europeia a aderir ao projeto.
"É um projeto importante de conectividade e de infraestrutura que propõe uma grande disponibilidade da China a cultivar trocas comerciais. Com as ressalvas oportunas, acredito que possa ser uma oportunidade para nosso país. O encontro na Itália com o presidente chinês será a ocasião para subscrever o acordo-quadro. Não significa que estaremos vinculados no dia seguinte, mas poderemos entrar e dialogar", disse Conte na última sexta-feira (8).
A ideia foi reforçada pelo ministro do Desenvolvimento Econômico e vice-premier Luigi Di Maio neste domingo (10). "Respeito as preocupações de nosso aliado, mas se olhamos para a Rota da Seda, não é para fazer acordos políticos com a China, é apenas para ajudar nossas empresas a levarem o 'made in Italy' a um mercado com demanda", disse.
Batizado oficialmente como "Belt and Road Initiative" (BRI), ou, em tradução livre, "Iniciativa do Cinturão e Rota", o projeto propõe a criação de uma extensa rede de comunicações para impulsionar a conectividade internacional e fomentar a economia digital.
Essa é a forma encontrada pela China de manter índices robustos de expansão do PIB e de aumentar seu "soft power" no mundo, atraindo países de todos os continentes para a BRI, assim como as antigas rotas comerciais que ligavam o Oriente à Europa.
O projeto também deve englobar investimentos pesados em infraestrutura em dezenas de países, sobretudo da África, da Ásia e da América Latina, que ainda carecem de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. A Itália, no entanto, enfrenta pressões para não aderir à "Nova Rota da Seda".
"A Itália é uma importante economia global e um grande destino de investimentos. Não há necessidade de o governo italiano legitimar um projeto de vaidade chinês para infraestrutura", escreveu no Twitter Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O governo da Itália, por sua vez, busca maneiras de reaquecer a combalida economia do país, que já está em recessão técnica e arrisca percorrer o ano de 2019 com sinal negativo. As taxas de desemprego permanecem superiores a 10%, e a desaceleração da zona do euro em função da guerra comercial entre EUA e China contribui para agravar o cenário. (ANSA)
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