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Parlamento do Reino Unido rejeita acordo do Brexit

12/03/2019 16h51

LONDRES, 12 MAR (ANSA) - O Parlamento do Reino Unido rejeitou nesta terça-feira (12), pela segunda vez, o acordo para a saída do país da União Europeia. A votação terminou com placar de 391 votos contrários e 242 a favor do Brexit, em mais uma dura derrota para a primeira-ministra Theresa May.   

O resultado foi um pouco menos contundente do que o da primeira votação, em 15 de janeiro (432 a 202), mas ainda assim o governo ficou longe de garantir a maioria no Parlamento. O acordo não teve o apoio dos "brexiteers" mais radicais do Partido Conservador, liderado por May, nem do Partido Unionista Democrático (DUP), legenda da Irlanda do Norte que dá sustentação à premier O principal entrave é o "backstop", mecanismo que garante a manutenção de fronteiras abertas entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a Irlanda do Norte, território britânico, caso Londres e Bruxelas não assinem um acordo comercial no período de transição do Brexit, até 31 de dezembro de 2020.   

May obteve da União Europeia a garantia de que não haverá jogo duro para provocar a ativação do backstop, mas os críticos do acordo temem a criação de uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido ou que o governo seja forçado a assinar um tratado comercial ruim para evitar esse mecanismo.   

Já o Partido Trabalhista, de oposição, também rejeitou o acordo, mas por defender a permanência do país na UE ou, como prega seu líder, Jeremy Corbyn, por apoiar que o Reino Unido mantenha uma união aduaneira com o bloco - a legenda está dividida sobre a questão.   

May deve voltar à Câmara dos Comuns nesta quarta-feira (13) para a votação de uma moção que dirá se o Reino Unido pode ou não sair da União Europeia sem acordo. Um "divórcio litigioso", como defendem os "brexiteers" do Partido Conservador, poderia provocar uma crise econômica e de abastecimento com efeitos potencialmente catastróficos para o país.   

Se a hipótese de um rompimento sem acordo for rejeitada, no entanto, isso abrirá caminho para um adiamento do Brexit, previsto para 29 de março de 2019, ou até para a convocação de um segundo plebiscito sobre o assunto. A UE já disse que não renegociará o acordo.   

Por meio de um comunicado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a votação desta terça aumentou "significativamente" a probabilidade de um divórcio sem acordo.   

"Continuaremos nossos preparativos para um não-acordo e garantiremos que estaremos prontos caso esse cenário apareça", declarou.   

"Se houver um pedido do Reino Unido para uma extensão, os 27 países da UE considerarão a questão e decidirão por unanimidade.   

Os 27 da UE esperarão uma justificativa aceitável para uma possível extensão", concluiu Tusk. (ANSA)
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