UE alerta Itália sobre adesão à 'Nova Rota da Seda'
ROMA, 12 MAR (ANSA) - A possível adesão da Itália à "Nova Rota da Seda", projeto trilionário promovido pela China, levantou o sinal de alerta na União Europeia, que afirmou que os Estados-membros "devem se lembrar" das regras comuns do bloco.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já confirmou que assinará um memorando de entendimento durante a visita a Roma do presidente chinês, Xi Jinping, entre 21 e 24 de março, sobre a chamada "Belt and Road Initiative" (BRI), ou, em tradução livre, "Iniciativa do Cinturão e Rota".
O projeto de pelo menos US$ 1 trilhão propõe a criação de uma extensa rede de comunicações para impulsionar a conectividade internacional e fomentar a economia digital, além de pesados investimentos da China na infraestrutura dos países que se juntarem à iniciativa.
Segundo o comissário europeu para Trabalho e Competitividade, Jyrki Katainen, o memorando de entendimento será avaliado por Bruxelas "como todos os outros protocolos firmados pelos Estados da UE".
"Todos os Estados-membros que estão se empenhando nesse sentido devem se lembrar que temos nossas próprias regras de transparência e concorrência, então as licitações públicas devem ser abertas a todos", alertou Katainen, ao comentar a possibilidade de investimentos da China em obras de infraestrutura.
A Itália também tem sido pressionada pelos Estados Unidos a não assinar o protocolo de entendimento, que é visto com desconfiança dentro do próprio governo.
"Abrir novos mercados às empresas italianas é fundamental, mas é preciso tutelar o interesse e a segurança nacionais. Antes de colocar infraestruturas vitais para a Itália à disposição de estrangeiros, precisamos estar muito, muito atentos", disse o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini.
Já o outro vice-primeiro-ministro do país, Luigi Di Maio, que comanda a pasta de Desenvolvimento Econômico e visitou a China duas vezes, ressaltou que seu objetivo com a adesão à "Rota da Seda" é "reequilibrar as exportações" para o país asiático.
Segundo fontes de Bruxelas, 13 Estados-membros da União Europeia já assinaram memorandos com Pequim (Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Portugal e República Tcheca), enquanto outros dois, Luxemburgo e Itália, estão em negociações.
A BRI é a forma encontrada pela China de manter índices robustos de expansão do PIB e de aumentar seu "soft power" no mundo, atraindo países de todos os continentes e inspirada nas antigas rotas comerciais que ligavam o Oriente à Europa.
O governo da Itália, por sua vez, busca maneiras de reaquecer a combalida economia do país, que já está em recessão técnica e arrisca percorrer o ano de 2019 com sinal negativo. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, já confirmou que assinará um memorando de entendimento durante a visita a Roma do presidente chinês, Xi Jinping, entre 21 e 24 de março, sobre a chamada "Belt and Road Initiative" (BRI), ou, em tradução livre, "Iniciativa do Cinturão e Rota".
O projeto de pelo menos US$ 1 trilhão propõe a criação de uma extensa rede de comunicações para impulsionar a conectividade internacional e fomentar a economia digital, além de pesados investimentos da China na infraestrutura dos países que se juntarem à iniciativa.
Segundo o comissário europeu para Trabalho e Competitividade, Jyrki Katainen, o memorando de entendimento será avaliado por Bruxelas "como todos os outros protocolos firmados pelos Estados da UE".
"Todos os Estados-membros que estão se empenhando nesse sentido devem se lembrar que temos nossas próprias regras de transparência e concorrência, então as licitações públicas devem ser abertas a todos", alertou Katainen, ao comentar a possibilidade de investimentos da China em obras de infraestrutura.
A Itália também tem sido pressionada pelos Estados Unidos a não assinar o protocolo de entendimento, que é visto com desconfiança dentro do próprio governo.
"Abrir novos mercados às empresas italianas é fundamental, mas é preciso tutelar o interesse e a segurança nacionais. Antes de colocar infraestruturas vitais para a Itália à disposição de estrangeiros, precisamos estar muito, muito atentos", disse o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini.
Já o outro vice-primeiro-ministro do país, Luigi Di Maio, que comanda a pasta de Desenvolvimento Econômico e visitou a China duas vezes, ressaltou que seu objetivo com a adesão à "Rota da Seda" é "reequilibrar as exportações" para o país asiático.
Segundo fontes de Bruxelas, 13 Estados-membros da União Europeia já assinaram memorandos com Pequim (Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Malta, Polônia, Portugal e República Tcheca), enquanto outros dois, Luxemburgo e Itália, estão em negociações.
A BRI é a forma encontrada pela China de manter índices robustos de expansão do PIB e de aumentar seu "soft power" no mundo, atraindo países de todos os continentes e inspirada nas antigas rotas comerciais que ligavam o Oriente à Europa.
O governo da Itália, por sua vez, busca maneiras de reaquecer a combalida economia do país, que já está em recessão técnica e arrisca percorrer o ano de 2019 com sinal negativo. (ANSA)
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