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Berlusconi diz que não conhecia modelo morta

18/03/2019 14h18

MELFI E MILÃO, 18 MAR (ANSA) - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi afirmou que não conhecia a modelo marroquina Imane Fadil, 34 anos, que foi testemunha-chave dos processos contra ele e faleceu em 1º de março, com suspeita de envenenamento.   

"Lamento sempre que alguém morra tão jovem, mas nunca conheci essa pessoa e nunca falei com ela", declarou o ex-premier no último sábado (16), durante um comício em Potenza, na região da Basilicata.   

Fadil havia sido internada no hospital Humanitas, de Rozzano, nos arredores de Milão, no fim de janeiro, após ter sentido um mal-estar em casa. A marroquina faleceria pouco mais de um mês depois, com sintomas típicos de envenenamento, como dor de barriga e inchaço.   

Segundo o procurador Francesco Greco, que investiga o caso, havia uma elevada concentração de metais no sangue e na urina de Fadil, principalmente cádmio (sete vezes superior à média padrão) e antimônio (três vezes).   

A autópsia do corpo da mulher será acompanhada por bombeiros, que têm treinamento específico para o risco de radiação. Exames preliminares já constataram um "mix de substâncias radioativas" no organismo de Fadil.   

Entenda - A marroquina era testemunha de acusação em um dos processos do inquérito "Ruby ter", que investiga Berlusconi por corrupção em atos judiciários.   

De acordo com o Ministério Público, o ex-primeiro-ministro desembolsou milhões de euros para comprar o silêncio de garotas de programa no processo "Ruby", no qual ele acabou absolvido das acusações de prostituição de menores e abuso de poder. O nome "Ruby" se refere a Karima el Mahroug, ítalo-marroquina pivô do escândalo sexual envolvendo Berlusconi.   

Em janeiro passado, no entanto, Fadil foi excluída do processo Ruby ter a pedido da defesa do ex-premier. Ela dizia ter negociado por cinco meses uma indenização com a senadora Mariarosaria Rossi, aliada próxima de Berlusconi e acusada de falso testemunho. Fadil também foi testemunha no caso Ruby e alegava ter sofrido "tentativas de corrupção".   

Um ex-agenciador de prostitutas para as festas de Berlusconi, Lele Mora, confirmou ter levado a marroquina para um "jantar", mas descartou que ela tenha ficado sozinha com o ex-premier.   

Pouco antes de morrer, a mulher dissera a parentes e advogados que temia ser envenenada. (ANSA)
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