Itália autoriza desembarque de migrantes, mas apreende navio
LAMPEDUSA, 19 MAR (ANSA) - As autoridades italianas autorizaram nesta terça-feira (19) o desembarque dos 48 migrantes resgatados pelo navio "Mare Jonio", da ONG Mediterranea Saving Humans, mas pediram a apreensão da embarcação.
O salvamento ocorreu na última segunda (18), nos arredores da ilha de Lampedusa, em meio ao bloqueio dos portos do país para navios de entidades humanitárias que operam no Mediterrâneo. O "Mare Jonio" entrou no porto de Lampedusa escoltado por barcos de patrulha da Guarda de Finanças e sob os gritos de "liberdade" por parte dos migrantes.
Entre os 48 deslocados internacionais estão 34 homens e 14 menores de idade do sexo masculino, provenientes de países como Camarões, Gâmbia, Guiné e Senegal, na África Subsaariana. O sequestro da embarcação foi pedido pelo ministro do Interior Matteo Salvini, que acusa a entidade de "tráfico de seres humanos".
"Agora a Itália tem um governo que defende as fronteiras e faz respeitar as leis, sobretudo aos traficantes de humanos. Quem erra paga", disse Salvini, que também é vice-primeiro-ministro e secretário do partido ultranacionalista Liga.
Já o Ministério Público de Agrigento, província onde fica Lampedusa, abriu um inquérito por favorecimento à imigração clandestina. O navio resgatara 49 migrantes, mas um deles teve de receber atendimento médico emergencial e deixou a embarcação ainda antes de sua chegada à ilha.
Segundo a porta-voz da Mediterranea, Alessandra Sciurba, o navio se dirigiu a Lampedusa porque era o porto mais próximo, como mandam as leis internacionais de socorro no mar. A Marinha da Líbia, por sua vez, diz que a entidade agiu "incorretamente" ao não entrar em contato com a Guarda Costeira do país africano.
"Para nós, as diretivas do ministro Salvini não têm muito valor.
Para nós, existem os direitos das pessoas, o direito internacional, os direitos humanos, as convenções internacionais. Somos italianos, em um navio italiano, e salvamos pessoas que estavam em perigo no mar", reforçou Sciurba.
Devido às restrições impostas por Salvini, a Itália recebeu apenas 348 migrantes forçados pelo Mediterrâneo em 2019, segundo dados do Ministério do Interior. O número representa uma queda de 94,35% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 153 pessoas morreram neste ano tentando atravessar o Mediterrâneo Central, entre Líbia e Itália. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O salvamento ocorreu na última segunda (18), nos arredores da ilha de Lampedusa, em meio ao bloqueio dos portos do país para navios de entidades humanitárias que operam no Mediterrâneo. O "Mare Jonio" entrou no porto de Lampedusa escoltado por barcos de patrulha da Guarda de Finanças e sob os gritos de "liberdade" por parte dos migrantes.
Entre os 48 deslocados internacionais estão 34 homens e 14 menores de idade do sexo masculino, provenientes de países como Camarões, Gâmbia, Guiné e Senegal, na África Subsaariana. O sequestro da embarcação foi pedido pelo ministro do Interior Matteo Salvini, que acusa a entidade de "tráfico de seres humanos".
"Agora a Itália tem um governo que defende as fronteiras e faz respeitar as leis, sobretudo aos traficantes de humanos. Quem erra paga", disse Salvini, que também é vice-primeiro-ministro e secretário do partido ultranacionalista Liga.
Já o Ministério Público de Agrigento, província onde fica Lampedusa, abriu um inquérito por favorecimento à imigração clandestina. O navio resgatara 49 migrantes, mas um deles teve de receber atendimento médico emergencial e deixou a embarcação ainda antes de sua chegada à ilha.
Segundo a porta-voz da Mediterranea, Alessandra Sciurba, o navio se dirigiu a Lampedusa porque era o porto mais próximo, como mandam as leis internacionais de socorro no mar. A Marinha da Líbia, por sua vez, diz que a entidade agiu "incorretamente" ao não entrar em contato com a Guarda Costeira do país africano.
"Para nós, as diretivas do ministro Salvini não têm muito valor.
Para nós, existem os direitos das pessoas, o direito internacional, os direitos humanos, as convenções internacionais. Somos italianos, em um navio italiano, e salvamos pessoas que estavam em perigo no mar", reforçou Sciurba.
Devido às restrições impostas por Salvini, a Itália recebeu apenas 348 migrantes forçados pelo Mediterrâneo em 2019, segundo dados do Ministério do Interior. O número representa uma queda de 94,35% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 153 pessoas morreram neste ano tentando atravessar o Mediterrâneo Central, entre Líbia e Itália. (ANSA)
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