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Governador italiano acusado de ser antivacinas é internado com catapora

O governador da região italiana de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga - Reprodução/Facebook/Massimiliano Fedriga
O governador da região italiana de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga Imagem: Reprodução/Facebook/Massimiliano Fedriga

20/03/2019 08h15

O governador da região italiana de Friuli Veneza Giulia, Massimiliano Fedriga, que é contra a obrigatoriedade de vacinação para crianças em idade escolar, foi internado após ter contraído catapora.

A doença é uma das 12 que são cobertas pelo calendário de vacinas compulsórias do sistema público na Itália, cujo governo impede bebês e crianças sem a imunização em dia de frequentarem creches e escolas infantis.

A medida enfrenta resistência do partido ultranacionalista Liga, ao qual pertence Fedriga e que exige o fim da obrigatoriedade. A revogação, no entanto, depende de aprovação no Parlamento e de um acordo com a outra legenda da base aliada, o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S).

"Felizmente, estou bem, já passou. Os médicos me internaram e me mantiveram sob observação por quatro dias", declarou Fedriga na semana passada, após receber alta do Hospital de Údine. O governador, no entanto, garantiu que não é contra as vacinas, mas sim contra a obrigatoriedade imposta pelo Estado.

"Vacinei meus dois filhos, e eu mesmo tomei todas as vacinas previstas na época. Passaram-se 35 anos, e eu peguei catapora, provavelmente no avião. Nada de grave, mas o contágio confirma a posição que eu sempre tive: vacinar-se é oportuno para todos, mas a obrigação imposta pelo Estado não funciona", declarou.

Segundo ele, é errado "excluir" crianças em função das "convicções de seus pais". A doença de Fedriga ganhou dimensão em função de um post no Facebook do imunologista Roberto Burioni, defensor intransigente da obrigatoriedade na vacinação.

"Os tons frequentemente são exaltados, mas lembre-se de que, se o vírus tivesse contagiado não você, mas uma criança com transplante, provavelmente estaríamos aqui chorando sua morte; se tivesse contagiado uma mulher grávida, estaríamos frente a uma criança malformada ou a um aborto. O único modo que temos para evitar essas tragédias e nos vacinar", escreveu Burioni.

A Itália teve recentemente um surto de sarampo, principalmente em função da queda da cobertura da vacinação. Por causa disso, o governo anterior, de centro-esquerda, aprovou uma lei que torna as vacinas obrigatórias para crianças em idade escolar, cobrindo doenças como poliomielite, rubéola, catapora, meningites B e C, hepatite B, difteria e tétano.