Bolsonaro planeja visita para o Oriente Médio no segundo semestre
O presidente Jair Bolsonaro disse que pretende fazer uma viagem pelo Oriente Médio no segundo semestre, depois da tensão gerada com países árabes devido à decisão de abrir um escritório do Brasil em Jerusalém. "Temos conversado com o mundo árabe. Buscamos conversar. Tenho uma viagem para o Oriente Médio no segundo semestre, estamos definindo quais países, vários nos interessam", disse Bolsonaro, em uma entrevista dada ainda em Israel, onde está em viagem oficial.
Embaixadores de países árabes no Brasil pediram formalmente uma reunião com Bolsonaro e com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quando a comitiva brasileira voltar de Israel.
Isso porque a decisão de Bolsonaro de abrir um escritório comercial em Jerusalém desagradou aos países árabes, além de ser uma guinada na política externa brasileira.
A ideia original do presidente era transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo, assim, a soberania de Israel sobre a cidade considerada sagrada por várias religiões. No entanto, Bolsonaro foi alertado sobre os riscos da decisão - principalmente sobre o impacto que poderia ter sobre a venda de carne brasileira para os países árabes - e optou por abrir apenas um escritório, neste momento, em Jerusalém.
Jerusalém Oriental seria a capital de um futuro Estado palestino. O grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, também condenou a decisão de Bolsonaro e sua viagem para Israel - o brasileiro visitou o Muro das Lamentações ao lado do premiê Benjamin Netanyahu, mas não esteve em nenhuma mesquita.
"Em particular, o Hamas denuncia a visita do presidente brasileiro à Cidade Sagrada de Jerusalém acompanhada do primeiro-ministro de Israel", disse um comunicado. "O Hamas também condena os planos de abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém." "Essa política não ajuda a estabilidade e a segurança da região e ameaça os laços do Brasil com países árabes e muçulmanos", concluiu o texto.
Na nota, o grupo palestino, apontado como uma entidade terrorista por Estados Unidos e Israel, pede que o Brasil reverta sua política para a região e pede que a Liga árabe pressione o governo brasileiro para por fim ao apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos.
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