O cenário para as eleições europeias nas 5 potências da UE
SÃO PAULO, 21 MAI (ANSA) - As eleições para o Parlamento da União Europeia, que acontecem de 23 a 26 de maio, levarão às urnas milhões de cidadãos de 28 países que tentam buscar um caminho em comum, mas as motivações que movem os eleitores muitas vezes estão ligadas a questões internas.
Isso fica ainda mais evidente nas cinco grandes potências do bloco, desde a Alemanha até a Itália. Veja abaixo o cenário por trás do voto em cada um desses países: Itália - Membro do governo, a ultranacionalista Liga, que decolou nas pesquisas e surge como partido mais popular do país, tenta transformar as eleições europeias em um referendo sobre seu líder, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini.
A lógica é a seguinte: se a Liga conseguir confirmar as pesquisas, que lhe dão mais de 30% dos votos, é um sinal de que os eleitores querem um governo guiado por Salvini, e não mais por um indicado do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), hoje "acionista de maioria" da base aliada.
Há quem defenda - especialmente nos partidos de direita próximos à Liga - que tal resultado seria o estopim para eleições antecipadas na Itália. Na reta final da campanha, Salvini tenta imprimir um discurso de redução de impostos no país e na UE, discurso caro ao eleitorado do rico norte italiano.
O M5S, por sua vez, busca conter os danos provocados pela perda de popularidade no último ano e já vê no retrovisor o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, que apresenta uma tímida recuperação com seu novo líder, Nicola Zingaretti.
Ambos devem brigar pela segunda posição nas eleições europeias, mas hoje as pesquisas apontam que a constelação conservadora - que ainda inclui o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, e o extremista Irmãos da Itália (FDI) - ultrapassaria os 40% dos votos, o que pode ser um argumento irrefutável para convencer Salvini a deixar o governo e formar uma coalizão exclusivamente de direita.
"Não é preciso ser um cientista para entender que a Liga provavelmente será o primeiro partido na Itália, mas usarei esse apoio para mudar a Europa", desconversou o ministro nesta terça.
Alemanha - Assim como na Itália, as eleições na Alemanha são vistas sob o prisma da política interna: a chanceler Angela Merkel conseguirá manter de pé sua "grande coalizão" com os sociais-democratas até as próximas eleições federais, em 2021? Fora da liderança de seu partido, a conservadora União Democrata-Cristã (CDU), Merkel assumiu um papel de observadora na campanha europeia, o primeiro grande teste para sua herdeira política, Annegret Kramp-Karrenbauer.
O outro braço da coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD), amarga seguidas derrotas e pode sofrer mais uma, já que as pesquisas o colocam atrás dos Verdes. Em caso de mais uma queda de popularidade, o SPD pode se ver forçado a abandonar o barco governista, algo que vem lhe custando apoio do eleitorado.
França - O presidente Emmanuel Macron, não é segredo para ninguém, tenta assumir um papel de liderança na UE pós-Merkel e depende de um bom resultado para se tornar o comandante das forças antipopulismo em Bruxelas.
Cercado pelo discurso protecionista de seus adversários, dos impostos para financiar a economia verde, por parte da esquerda, às medidas restritivas mais tradicionais, de Marine Le Pen, o partido de Macron assumiu o slogan "Uma Europa que protege".
A lista do República em Marcha, liderada por Nathalie Loiseau, coloca o termo "proteção" ao lado de "progresso" e "liberdade" entre suas prioridades. As eleições, além disso, testarão a popularidade de Macron após o movimento dos Coletes Amarelos, que se apresentarão com uma lista própria, mas as pesquisas mostram que não superarão a cláusula de barreira.
Reino Unido - O Reino Unido só participará das eleições europeias por causa das três derrotas do acordo do Brexit no Parlamento britânico, que impediram a saída do país da UE.
A campanha começou de última hora, e o partido "Brexit", do eurocético Nigel Farage, aparece com mais de 30% das intenções de voto, na frente dos tradicionais Partido Conservador (14%), da premier Theresa May, e Partido Trabalhista (24%).
O movimento de Farage, fundado há apenas algumas semanas, vende o discurso de que a vontade do eleitorado está sendo traída por causa do atraso no Brexit, enquanto as legendas tradicionais tentam não se comprometer com eurocéticos nem com europeístas e acabam não agradando a nenhum dos dois grupos.
Espanha - Um mês após as eleições que renovaram seu Parlamento, a Espanha volta às urnas enquanto o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe) ainda busca os votos para formar um governo.
A legenda de centro-esquerda deve confirmar sua primazia no país, mas também está de olho nas eleições regionais e municipais, que podem confirmar seu renascimento. Das cinco principais potências da UE, a Espanha é a única onde todos os grandes partidos, até o novato Vox, de extrema direita, são europeístas. Para o primeiro-ministro Pedro Sánchez, o pleito europeu é uma oportunidade de se fortalecer para o voto de confiança no Parlamento, previsto para junho. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Isso fica ainda mais evidente nas cinco grandes potências do bloco, desde a Alemanha até a Itália. Veja abaixo o cenário por trás do voto em cada um desses países: Itália - Membro do governo, a ultranacionalista Liga, que decolou nas pesquisas e surge como partido mais popular do país, tenta transformar as eleições europeias em um referendo sobre seu líder, o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini.
A lógica é a seguinte: se a Liga conseguir confirmar as pesquisas, que lhe dão mais de 30% dos votos, é um sinal de que os eleitores querem um governo guiado por Salvini, e não mais por um indicado do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), hoje "acionista de maioria" da base aliada.
Há quem defenda - especialmente nos partidos de direita próximos à Liga - que tal resultado seria o estopim para eleições antecipadas na Itália. Na reta final da campanha, Salvini tenta imprimir um discurso de redução de impostos no país e na UE, discurso caro ao eleitorado do rico norte italiano.
O M5S, por sua vez, busca conter os danos provocados pela perda de popularidade no último ano e já vê no retrovisor o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, que apresenta uma tímida recuperação com seu novo líder, Nicola Zingaretti.
Ambos devem brigar pela segunda posição nas eleições europeias, mas hoje as pesquisas apontam que a constelação conservadora - que ainda inclui o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi, e o extremista Irmãos da Itália (FDI) - ultrapassaria os 40% dos votos, o que pode ser um argumento irrefutável para convencer Salvini a deixar o governo e formar uma coalizão exclusivamente de direita.
"Não é preciso ser um cientista para entender que a Liga provavelmente será o primeiro partido na Itália, mas usarei esse apoio para mudar a Europa", desconversou o ministro nesta terça.
Alemanha - Assim como na Itália, as eleições na Alemanha são vistas sob o prisma da política interna: a chanceler Angela Merkel conseguirá manter de pé sua "grande coalizão" com os sociais-democratas até as próximas eleições federais, em 2021? Fora da liderança de seu partido, a conservadora União Democrata-Cristã (CDU), Merkel assumiu um papel de observadora na campanha europeia, o primeiro grande teste para sua herdeira política, Annegret Kramp-Karrenbauer.
O outro braço da coalizão, o Partido Social-Democrata (SPD), amarga seguidas derrotas e pode sofrer mais uma, já que as pesquisas o colocam atrás dos Verdes. Em caso de mais uma queda de popularidade, o SPD pode se ver forçado a abandonar o barco governista, algo que vem lhe custando apoio do eleitorado.
França - O presidente Emmanuel Macron, não é segredo para ninguém, tenta assumir um papel de liderança na UE pós-Merkel e depende de um bom resultado para se tornar o comandante das forças antipopulismo em Bruxelas.
Cercado pelo discurso protecionista de seus adversários, dos impostos para financiar a economia verde, por parte da esquerda, às medidas restritivas mais tradicionais, de Marine Le Pen, o partido de Macron assumiu o slogan "Uma Europa que protege".
A lista do República em Marcha, liderada por Nathalie Loiseau, coloca o termo "proteção" ao lado de "progresso" e "liberdade" entre suas prioridades. As eleições, além disso, testarão a popularidade de Macron após o movimento dos Coletes Amarelos, que se apresentarão com uma lista própria, mas as pesquisas mostram que não superarão a cláusula de barreira.
Reino Unido - O Reino Unido só participará das eleições europeias por causa das três derrotas do acordo do Brexit no Parlamento britânico, que impediram a saída do país da UE.
A campanha começou de última hora, e o partido "Brexit", do eurocético Nigel Farage, aparece com mais de 30% das intenções de voto, na frente dos tradicionais Partido Conservador (14%), da premier Theresa May, e Partido Trabalhista (24%).
O movimento de Farage, fundado há apenas algumas semanas, vende o discurso de que a vontade do eleitorado está sendo traída por causa do atraso no Brexit, enquanto as legendas tradicionais tentam não se comprometer com eurocéticos nem com europeístas e acabam não agradando a nenhum dos dois grupos.
Espanha - Um mês após as eleições que renovaram seu Parlamento, a Espanha volta às urnas enquanto o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe) ainda busca os votos para formar um governo.
A legenda de centro-esquerda deve confirmar sua primazia no país, mas também está de olho nas eleições regionais e municipais, que podem confirmar seu renascimento. Das cinco principais potências da UE, a Espanha é a única onde todos os grandes partidos, até o novato Vox, de extrema direita, são europeístas. Para o primeiro-ministro Pedro Sánchez, o pleito europeu é uma oportunidade de se fortalecer para o voto de confiança no Parlamento, previsto para junho. (ANSA)
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