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Provas ligam príncipe saudita à morte de Khashoggi, diz ONU

19/06/2019 10h04

ROMA E ISTAMBUL, 19 JUN (ANSA) - A relatora sobre execuções extrajudiciais da ONU, Agnes Callamard, afirmou que existem provas confiáveis de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e outros oficiais de alto escalação são responsáveis pelo assassinato do jornalista dissidente Jamal Khashoggi. Em um documento de 101 páginas produzido após uma investigação de seis meses, a enviada especial relata que "existem elementos de provas que justificam uma investigação suplementar sobre a responsabilidade individual de altos funcionários sauditas, incluindo o príncipe herdeiro".   

Segundo Callamard, é preciso ser realizada uma investigação mais aprofundada por um inquérito internacional independente e imparcial. Khashoggi, crítico assumido de Mohammed, foi assassinado no dia 2 de outubro de 2018, dentro do consulado saudita em Istambul, supostamente torturado e esquartejado por funcionários sauditas.   

Seu corpo ainda não foi localizado. Ele havia ido até o local para obter documentos para realizar seu casamento quando foi "brutalmente morto". Desde o ano passado, Riad forneceu várias versões sobre o crime, inclusive chegou até a negar a morte do colunista do jornal Washington Post. No entanto, logo depois, o governo admitiu o assassinato, mas afirmando que havia sido um acidente. Por fim, o país confirmou que o homicídio fora premeditado. Apesar da confirmação, as autoridades sauditas afirmam que não estavam agindo sob ordens do príncipe. Callamard, por sua vez, pediu para que a comunidade internacional aumente as sanções contra Mohammed e realize o congelamento de seus ativos financeiros pessoais até que seja provado que ele não tem responsabilidade no crime. Até o momento, o governo saudita ainda não se pronunciou. Ao todo, 11 pessoas não identificadas são julgadas pelo crime, sendo que cinco delas podem ser condenadas a pena de morte. No entanto, Callamard já pediu a suspensão da audiência pois as normas processuais não foram cumpridas. (ANSA)
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