Topo

Refugiados representam 0,48% da população da Itália

19/06/2019 14h19

SÃO PAULO, 19 JUN (ANSA) - O relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), divulgado nesta quarta-feira (19), revela que a Itália abrigava 294.867 deslocados internacionais no fim de 2018.   

Em termos absolutos, essa é a 21ª maior população de refugiados e solicitantes de refúgio em todo o mundo e a terceira maior da Europa, atrás de Alemanha (1,43 milhão) e França (457.426). Em termos relativos, no entanto, a Itália aparece apenas na 49ª posição.   

Uma comparação dos dados do Acnur com índices populacionais compilados pelo Banco Mundial e relativos a 2017 mostra que o número de refugiados e solicitantes de refúgio equivale a 0,48% do total de habitantes do país.   

Para efeito de comparação, o Líbano, que lidera a lista, tem um índice de 15,88%, e as seis nações que aparecem na sequência são emergentes ou subdesenvolvidas: Nauru (10,70%), Jordânia (7,91%), Turquia (4,94%), Chade (3,05%) e Djibuti (3%).   

O país rico que mais abriga deslocados internacionais em termos proporcionais é a Suécia, com um contingente de 2,84% da população. A Itália, cujo governo fechou os portos para ONGs que atuam no Mediterrâneo com o argumento de conter uma "invasão" de migrantes, não aparece sequer entre as 10 primeiras da União Europeia.   

Considerando apenas os Estados-membros do bloco, a Suécia é seguida por Malta (2,23%), Áustria (1,88%), Chipre (1,80%), Alemanha (1,73%), Grécia (1,27%), Dinamarca (0,68%), França (0,68%), Holanda (0,66%), Luxemburgo (0,59%) e Bélgica (0,54%).   

A Itália é a 12ª colocada.   

Apesar de ser uma grande porta de entrada para deslocados internacionais na UE, a Itália acaba servindo apenas de passagem para essas pessoas, que frequentemente tentam seguir viagem para o norte da Europa.   

Os 294.867 deslocados externos da Itália se dividem em 189.243 refugiados e 105.624 solicitantes de refúgio. Quando se leva em conta apenas o contingente de pessoas aguardando análise de pedidos de refúgio, a Itália é a sétima colocada no mundo, atrás de Estados Unidos (718.994), Alemanha (369.284), Turquia (311.719), Peru (230.871), África do Sul (184.203) e Brasil (152.690).   

"Na Itália há um número muito baixo de pessoas que chegam por mar, algumas por terra. Estamos na ordem de 2 mil ou 3 mil pessoas. Não se pode dizer que haja uma crise na Europa. A crise está nos lugares de onde os refugiados fogem, e o escândalo é que ainda hoje os países mais pobres acolham o dobro dos países ricos", disse a porta-voz do Acnur para o Sul da Europa, Carlotta Sami.   

De acordo com o Ministério do Interior da Itália, 2,2 mil migrantes forçados desembarcaram nos portos do país em 2019, queda de 86,38% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os principais países de origem são Tunísia (407), Paquistão (358), Iraque (252), Argélia (250), Costa do Marfim (158) e Bangladesh (145). (ANSA)
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.