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Itália relembra 27 anos da morte do juiz Paolo Borsellino

19/07/2019 09h52

ROMA, 19 JUL (ANSA) - As autoridades italianas relembram nesta sexta-feira (19) os 27 anos do assassinato do juiz Paolo Borsellino que, ao lado de Giovanni Falcone, tornou-se um dos símbolos da luta contra os grupos mafiosos da Itália no início da década de 1990.   

"No 27º aniversário do massacre da Via d'Amelio, em que, juntamente com ele, Agostino Catalano, Emanuela Loi, Vincenzo Li Muli, Walter Eddie Cosina e Claudio Traina perderam a vida, dirijo um pensamento emocional para eles e renovo minha solidariedade com seus parentes, entre os quais, no primeiro ano, falta Rita Borsellino, que continuou o mesmo compromisso em outras formas", disse o presidente da Itália, Sergio Mattarella.   

Em uma cerimônia de homenagem ao juiz, o mandatário ressaltou que "o compromisso de Paolo Borsellino, e de todas as vítimas da máfia, continua forte para garantir, assim como o tributo de memória, justiça e verdade".   

Apesar de alguns mafiosos terem pego prisão perpétua pela ação, há ainda muita contradição sobre como o atentado foi feito. "Suas palavras e sua coragem estão sempre vivas em nossas memórias, em nossas consciências. A busca da verdade e a luta contra as máfias são um imperativo para nós, um compromisso diário", afirmou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.   

Borsellino e Falcone eram os juízes que faziam uma série de investigações contra a máfia siciliana "Cosa Nostra" e ambos foram assassinados em dois atentados feitos por mafiosos. No dia 19 de julho de 1992, em Palermo, um Fiat 126 repleto de explosivos foi detonado em frente à casa da mãe de Borsellino, no exato momento em que ele chegava à residência com uma escolta de cinco policiais. Entre as vítimas também estavam Agostino Catalano, Emanuela Loi, Vincenzo Li Muli, Walter Eddie Cosina e Claudio Traina. O atentado ocorreu quase dois meses depois do Massacre de Capaci, quando a máfia tirou as vidas do também juiz Giovanni Falcone, de sua esposa e de três policiais. "Este ano eu acho mais difícil participar das comemorações porque não tem a Rita, mas estou feliz que, pela primeira vez, este aniversário foi planejado em conjunto com o centro de Estudos Paolo Borsellino", disse o irmão do juiz, Salvatore, relembrando Rita Borsellino, que morreu no ano passado.   

O caso é um dos mais marcantes da história judiciária da Itália.   

Na última terça-feira (16), áudios inéditos revelados mostraram a preocupação do juiz italiano com sua segurança. As gravações foram feitas durante audiências na comissão antimáfia do Parlamento em 1984 e 1989 e exibidas no Senado nesta semana, após a revogação do sigilo dos depoimentos. (ANSA)
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