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Confira a linha do tempo sobre a polêmica da Amazônia

24/08/2019 15h33

SÃO PAULO, 24 AGO (ANSA) - As queimadas na Amazônia têm ganhado repercussão internacional. Protestos e manifestações de líderes mundiais pressionam o presidente Jair Bolsonaro a tomar medidas para controlar a situação na maior floresta do planeta. Confira a linha do tempo sobre a polêmica:3 de julho: O Inpe divulgou dados revelando que o desmatamento na Amazônia Legal atingiu mais de 900 km² no mês de junho, um aumento de 88% em relação ao mesmo período do ano passado.19 de julho: Bolsonaro questionou as informações pela primeira vez. Na ocasião, o mandatário disse suspeitar que o órgão está "a serviço de alguma ONG" e afirmou que se realmente fosse todo esse desmatamento, "a Amazônia já teria sido extinta". Além disso, ele afirmou que pediu explicações sobre os dados para o responsável pelo Inpe.20 de julho: O diretor do Instituto, Ricardo Galvão, rebateu as acusações de Bolsonaro e reafirmou que todos os dados são verdadeiros. Na data, ele confirmou que não deixaria o cargo.22 de julho: Bolsonaro criticou novamente o Inpe fazendo declarações sobre o prejuízo que o levantamento provocaria contra a imagem do Brasil no exterior, principalmente em meio às negociações de acordos bilaterais e do Mercosul.O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, solicitou os dados consolidados sobre o desmatamento nos últimos 24 meses e convidou Galvão para uma reunião de esclarecimentos.28 de julho: As declarações polêmicas de Bolsonaro e o aumento no percentual de desmatamento da maior floresta do mundo começou a ganhar repercussão internacional.29 de julho: Bolsonaro alegou "uma questão de agenda" para cancelar uma reunião com o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, poucos minutos antes do compromisso. Mas publicou um vídeo enquanto cortava o cabelo no horário em que o encontro estava previsto. A medida foi ironizada pelo chanceler francês como uma "urgência capilar". Há relatos de que Bolsonaro estava descontente com a decisão de Le Drian de reunir-se com representantes de ONGs, em sua maioria críticas a ele.31 de julho: O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a admitir o aumento do desmatamento durante o ano de 2019. Mas afirmou que o sistema de alertas do Inpe não é apto para comparações mensais. Ele ainda alegou que as informações não estão erradas, mas foram interpretadas de "maneira equivocada" pelos veículos de comunicação. 1º de agosto: Durante evento em Brasília, Bolsonaro e Salles contestaram os dados sobre a devastação da Amazônia. Na ocasião, os dois anunciaram uma licitação para contratar outra agência de monitoramento e mostraram uma pesquisa feita pelo Ministério de Meio Ambiente. 2 de agosto: Depois de realizar uma reunião com o ministro Marcos Pontes, em Brasília, Galvão é exonerado. 10 de agosto: A ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze, revelou a suspensão do repasse de 35 milhões de euros destinados a projetos de proteção ambiental.11 de agosto: O presidente afirmou que o Brasil não precisa do repasse da Alemanha 15 de agosto: O ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, também anunciou a suspensão dos repasses de 300 milhões de coroas norueguesas destinados ao Fundo Amazônia.16 de agosto: O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que estuda a região há 28 anos, informou que a taxa de desmatamento na floresta cresceu 66% em julho passado, embora esse percentual chegue a 278%, de acordo com projeções do Inpe.19 de agosto: Dados divulgados pelo Inpe revelaram que as queimadas no Brasil aumentaram 82% em comparação com o mesmo período de 2018. O Programa Queimadas registrou 71.497 focos de incêndios nos primeiros oito meses de 2019. A data também foi marcada "pelo dia que virou noite".   

Partículas de fumaça de incêndios florestais nos estados do Acre e Rondônia, além da Bolívia, chegaram até São Paulo e fizeram o céu escurecer, assustando a população.21 de agosto: A política ambiental do governo foi alvo de críticas por parte do presidente do partido Federação dos Verdes da Itália, Angelo Bonelli. O italiano disse que os números impressionantes sobre a devastação da floresta atestam "as vergonhosas políticas do brasileiro".Bolsonaro, por sua vez, disse que o aumento de queimadas poderia ser resultado de uma ação criminosa. Além disso, ele sugeriu que ONGs estariam por trás dos incêndios depois que repasses foram suspensos.A Nasa divulgou imagens do satélite Aqua que mostram as queimadas, que podem ser um recorde. 22 de agosto: O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o Itamaraty criará um grupo de trabalho com o governo francês para tratar a questão do desmatamento. Logo em seguida, porém, o presidente da França, Emmanuel Macron, classificou o aumento no número de queimadas de "crise internacional" e fez um apelo para os líderes do G7 tratarem o tema como uma "emergência". A ONU também demonstrou preocupação com os incêndios. Diversas personalidades e atletas, incluindo o astro Cristiano Ronaldo, fizeram apelos.23 de agosto: Em meio à críticas, Bolsonaro convocou uma reunião de emergência. O governo francês acusou ele de "mentir" sobre a gestão que estava fazendo para preservar a Amazônia. O brasileiro rebateu Macron e disse que o líder potencializa o ódio contra o país. Além disso, autorizou o uso das Forças Armadas para ajudar no combate aos incêndios na Amazônia.Cidades do mundo inteiro foram às ruas a favor da preservação e contra a política ambiental. O presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou preocupação e ainda ofereceu ajuda para tentar resolver a situação. Em pronunciamento, Bolsonaro prometeu "tolerância zero" com as queimadas e ressaltou que elas não podem ser consideradas "pretexto para sanções internacionais". O discurso foi alvo de um panelaço convocado pelo Twitter.A reação colocou a hashtag #PrayForAmazon em destaque. 24 de agosto: A expectativa é de que a situação da Amazônia seja um dos temas debatidos na cúpula do G7 depois da exigência de medidas urgentes contra as queimadas. (ANSA)
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