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Itália apreende e multa navio de ONG por ancorar no país

03/09/2019 12h30

ROMA, 3 SET (ANSA) - A Guarda de Finanças da Itália apreendeu nesta terça-feira (3) o navio Mare Jonio, da ONG Mediterranea Saving Human, e determinou a aplicação de uma multa de 300 mil euros pela embarcação ter entrado nas águas territoriais do país, embora tenha recebido autorização para realizar o desembarque de 31 imigrantes. O barco, que está atualmente no porto de Lampedusa, atracou nas águas italianas na noite passada com a autorização formal da Guarda de Finanças, alegando a necessidade de retirar as pessoas por condições de saúde. No entanto, segundo a ONG, o governo italiano aplicou a multa e apreendeu o navio em decorrência da violação do decreto de segurança do ministro do Interior Matteo Salvini. "É a última vingança de quem não tolera que a humanidade prevaleça", comentou a tripulação.   

Ontem (2), a Itália permitiu o desembarque de 31 migrantes que estavam há cinco dias a bordo do navio Mare Jonio. Os deslocados faziam parte de um grupo de 98 pessoas resgatadas no Mediterrâneo no último dia 28 de agosto, das quais 67 já haviam recebido permissão para desembarcar por motivos de saúde. Apesar da autorização, Salvini, ainda responsável pelas políticas migratórias da Itália, criticou a medida em seu perfil no Facebook.   

A Mediterranea Saving Human, por sua vez, pediu para "quem tenha tentado esse último ato de vingança, que renuncie".   

"Para nós, e para o resto do país, este era o navio de crianças que chegou bem na hora e salvou 98 pessoas da guerra e da morte no mar. O que conta para nós, é a força, o sorriso e o futuro deles", afirmou em comunicado. Navio Eleonore - Enquanto isso, o navio Eleonore chegou a Pozzallo, após declarar estado de emergência e força a entrada nas águas italianas, desafiando a proibição imposta pelas autoridades do país. A promotoria de Ragusa abriu um inquérito contra o comandante e chefe da missão do navio, além de prender um suposto contrabandista que estava na embarcação para facilitar a imigração ilegal. A investigação é coordenada pelo promotor Fabio D'Anna e acompanhada pelo promotor Francesco Riccio.   

Os 104 migrantes a bordo serão realocados para Alemanha, Luxemburgo, Irlanda, Portugal e França, informou uma porta-voz da Comissão Europeia. (ANSA)
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