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Israel volta às urnas após 5 meses, mas repete cenário

16/09/2019 13h56

TEL AVIV, 16 SET (ANSA) - Os cerca de 6 milhões de eleitores de Israel voltam às urnas nesta terça-feira (17), pouco mais de cinco meses depois do pleito legislativo de 9 de abril, para mais uma tentativa de dar ao país um governo estável e com maioria no Parlamento.   

O cenário é parecido ao do primeiro semestre: o premier Benjamin Netanyahu, do partido conservador Likud, é o favorito para vencer as eleições, em uma disputa acirrada com a coalizão de centro Azul e Branco, liderada por Benny Gantz.   

No entanto é improvável que Netanyahu consiga votos suficientes para governar sozinho, o que o fará buscar alianças com partidos nacionalistas e ultraortodoxos. Após as eleições de abril, o premier ficou a um passo de formar maioria no Parlamento, mas foi barrado pela resistência de seu ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman.   

Líder do partido Yisrael Beiteinu, Lieberman rompeu com Netanyahu por ser contra um cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza e, para se juntar novamente à sua coalizão, exigiu a aprovação de uma lei que obrigue judeus ortodoxos a prestarem serviço militar, proposta rejeitada por legendas religiosas.   

Atualmente, se apresenta como adversário de Netanyahu e contra a criação de um Estado religioso, mas com um forte discurso nacionalista. Como o primeiro-ministro e seus aliados ultraortodoxos, segundo as pesquisas, devem ficar a poucos assentos de uma maioria parlamentar, Lieberman pode se tornar novamente o fiel da balança.   

Em uma última tentativa de angariar o voto do eleitorado nacionalista, Netanyahu prometeu anexar o Vale do Jordão, que equivale a quase 30% da Cisjordânia, e todas as colônias judaicas nesse território palestino. Se levada adiante, essa medida praticamente enterraria qualquer chance de paz entre árabes e israelenses.   

Por outro lado, Netanyahu ainda é alvo de um inquérito por suspeita de corrupção e fraude e pode ser formalmente acusado no início de outubro. Ao todo, o Parlamento de Israel tem 120 assentos, e o primeiro-ministro precisa de pelo menos 61 para governar. (ANSA)
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