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Itália suspenderá venda de armas para a Turquia

14/10/2019 09h48

LUXEMBURGO, 14 OUT (ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, anunciou nesta segunda-feira (14) que assinará um decreto para suspender a exportação de armas à Turquia. Segundo o chanceler, a medida afetará apenas contratos futuros.   

A decisão foi tomada após uma reunião do Conselho das Relações Exteriores da União Europeia em Luxemburgo, durante a qual Di Maio pretendia convencer o bloco a interromper a venda de armamentos ao governo turco.   

Segundo o ministro, todos os países "condenaram" a ofensiva da Turquia contra os curdos na Síria e se "comprometeram" a bloquear a exportação de armas, mas a iniciativa será tomada pelos Estados-membros de forma voluntária e individual.   

"Um embargo europeu exigiria meses e prejudicaria a necessidade de urgência", justificou Di Maio, acrescentando que o importante era que "a Europa assumisse uma posição única". "Deixamos aos Estados o compromisso de fazê-lo [o bloqueio das exportações de armas], porque isso cria urgência", disse.   

Países como Alemanha e França já suspenderam a venda de armamentos para a Turquia, que é o terceiro maior comprador da indústria bélica italiana, atrás de Catar e Paquistão. Em 2018, a Itália exportou 362,3 milhões de euros em armas para Ancara, um crescimento de 36% em relação ao ano anterior.   

A UE, no entanto, não discutiu sanções econômicas contra a Turquia nem a suspensão de seu processo de adesão ao bloco.   

Guerra - A incursão turca começou na última quarta (9) e mira nas Unidades de Proteção Popular (YPG), milícia curda que integra as Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão aliada dos Estados Unidos na guerra contra o Estado Islâmico no país árabe.   

Abandonados pelo presidente Donald Trump, os curdos decidiram recorrer ao mandatário da Síria, Bashar al Assad, que enviou tropas para proteger as estratégicas cidades de Manbij e Kobane.   

Segundo a TV oficial de Damasco, as forças do governo já chegaram em Ayn Issa, local que teve uma fuga em massa de membros do EI presos sob custódia curda, e estão 50 quilômetros ao sul da fronteira turca.   

Ancara já controla uma faixa de território na divisa, que nas últimas horas recebeu diversos carros armados, veículos blindados e unidades do Exército e das milícias sírias cooptadas pelo governo turco. O objetivo seria preparar o assalto a Kobane.   

Segundo o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a ofensiva militar já matou 500 "terroristas". (ANSA)
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