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Em tom amistoso, Bolsonaro assina 9 atos com a China

13/11/2019 15h48

SÃO PAULO, 13 NOV (ANSA) - O presidente Jair Bolsonaro e o mandatário chinês, Xi Jinping, assinaram hoje (13) nove atos de cooperação entre os dois países, durante uma reunião oficial em Brasília.   


Foram cinco memorandos para entendimento de cooperação e fortalecimento nas relações bilaterais, um plano de ação para a agricultura, um tratado sobre transferência de condenados pela Justiça e dois protocolos sanitários para exportação de pera chinesa ao Brasil e de melão brasileiro à China. "Os acordos assinados, bem como os protocolos de intenção, serão potencializados por nós para o bem dos nossos povos", disse Bolsonaro, que conduziu o encontro no Palácio do Itamaraty. Xi Jinping está em Brasília para participar da 11ª Cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que começou hoje. O encontro com Bolsonaro ocorre menos de um mês depois do presidente brasileiro fazer uma viagem oficial à China. Na ocasião, foram assinados acordos e memorandos de entendimento em política, ciência, tecnologia, educação, economia, comércio, energia e agricultura. Assim como fizera durante sua estadia em Pequim, Bolsonaro voltou a adotar um tom mais ameno e amistoso em relação à China, bem diferente do que usava em sua campanha eleitoral e no início de seu mandato, quando chegou a acusar Pequim de "comprar o Brasil". "A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil. O nosso governo vai cada vez mais tratar com o devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês", disse Bolsonaro nesta quarta-feira. A China é o maior parceiro comercial do Brasil atualmente. Até outubro, o Brasil importou US$ 30,077 bilhões da China e exportou US$ 51,5 bilhões - a maior parte em commodities. Mas uma das principais queixas do governo Bolsonaro é diversificar as vendas para a China, exportando itens de maior valor agregado. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que o Brasil precisa buscar maior integração com o mundo e sinalizou uma negociação para criar uma área de livre comércio com a China.   


As declarações foram feitas durante a abertura do "Seminário NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável", também em Brasília. O NBD é o banco de desenvolvimento do Brics.   


"Estamos conversando com a China sobre a possibilidade de 'free trade', ao mesmo tempo que falamos sobre entrar na OCDE [Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico]", disse o ministro, evitando, porém, falar das tratativas com o governo chinês. Cúpula dos Brics- Ainda hoje, o governo brasileiro oferecerá um jantar em homenagem aos líderes dos Brics e, amanhã (14), também na sede do Ministério das Relações Exteriores, acontecem as sessões plenárias e o almoço de encerramento da cúpula.   


Presidida pelo Brasil, a reunião do Brics tem como lema "Crescimento Econômico para um Futuro Inovador".   


Segundo o Itamaraty, serão discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde, e combate à corrupção e ao terrorismo. (ANSA)
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