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Salvini compra briga com Nutella por causa de avelãs turcas

06/12/2019 16h46

SÃO PAULO, 06 DEZ (ANSA) - O ex-ministro do Interior da Itália e líder da oposição Matteo Salvini tem um novo inimigo. E não é um adversário qualquer, mas sim um dos produtos mais famosos do país: a pasta de avelãs Nutella.   

Apesar de ser fã do doce e de já ter postado inúmeras fotos nas redes sociais comendo pães empapados com o creme, o líder da ultranacionalista Liga voltou sua armas contra a marca italiana Ferrero e a acusou da dar preferência a avelãs da Turquia.   

Em um comício em Ravenna para as eleições regionais de 26 de janeiro na Emilia-Romagna, Salvini foi questionado por uma apoiadora nesta quinta-feira (5) sobre sua paixão por Nutella.   

"Mas a senhora sabe que mudei? Descobri que a Nutella usa avelãs turcas, e eu prefiro ajudar as empresas que usam produtos italianos, prefiro comer italiano, ajudar os agricultores italianos", disse.   

A declaração gerou uma onda de ironia nas redes sociais e até na classe política. "Em tempos de Alitalia, Lei Orçamentária, cúpula da OTAN, o senador Matteo Salvini ataca a Nutella. Sim, a Nutella. Diz que assim parece mais próximo do povo", declarou o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.   

Já o ator Luca Bizzarri postou no Twitter uma foto com um pacote de biscoitos com Nutella e a frase: "Vou me acabar nesta manhã com avelãs turcas". Na mesma rede social, Salvini deixou claro que continua consumindo o creme de avelãs mais famoso do país, porém não abriu mão de cobrar a Ferrero.   

"Para adocicar o dia, uma fatia de pão com Nutella e um pedido à Ferrero: compre ingredientes italianos, do açúcar às avelãs, para ajudar nossos agricultores", escreveu. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), a Itália é o segundo maior produtor de avelãs do mundo, com um total de 131 mil toneladas por ano.   

A Turquia é o primeiro, e com grande vantagem: 600 mil toneladas anuais. A Ferrero não divulga exatamente o quanto fabrica em Nutella por ano nem quanto compra em avelãs, mas essa cifra é muito maior do que a produção anual da fruta na Itália.   

Em 2016, o presidente da empresa, Francesco Paolo Fulci, disse à ANSA que o grupo comprava "32% da produção mundial de avelãs".   

(ANSA)
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