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Líder de Myanmar nega tentativa de genocídio contra rohingyas

11/12/2019 12h46

ROMA, 11 DEZ (ANSA) - A líder de Myanmar, Aung San Suu Kyi, negou nesta quarta-feira (11) na Corte Internacional de Justiça da ONU, sediada em Haia, nos Países Baixos, qualquer "tentativa de genocídio" contra a minoria muçulmana rohingya. Na ação, que é fruto de uma denúncia apresentada por Gâmbia em nome dos 57 membros da Organização de Cooperação Islâmica, a líder birmanesa, no entanto, chegou a admitir que o Exército pode ter feito "uso desproporcional da força". Apesar disso, Suu Kyi ressaltou que isto não é prova de que o governo tentava aniquilar a minoria e que o processo contra Myanmar é "incompleto e incorreto".   

"Medidas de segurança foram implementadas na zona de conflito", disse a líder, afirmando que "violações de direitos humanos não são toleradas em seu país". Vencedora do Nobel da Paz na década de 1990, Suu Kyi passou 16 anos em regime de prisão domiciliar, e sua chegada ao poder carregou a esperança de pacificação em Myanmar.   

Em 2017, no entanto, mais de 700 mil rohingyas tiveram de fugir por causa de uma ofensiva do Exército em retaliação a ataques de rebeldes. Suu Kyi não reconhece a existência de uma limpeza étnica em seu país, cuja maioria budista considera os muçulmanos como imigrantes.   

Por conta disso, passou a ser acusada por organizações de direitos humanos de fazer vista grossa para a matança de rohingyas.   

Nesse sentindo, ela explicou a um painel de 17 juízes que o termo "operações de limpeza" foi distorcido, porque em Myanmar significa "libertação de localidades em busca de terroristas".   

Para Suu Kyi, o Tribunal das Nações Unidas não deve intervir porque a justiça de seu país está apta a julgar as ações contra o Exército. "Se os militares cometeram crimes, eles serão processados pela justiça militar, como diz a Constituição de Myanmar". Por fim, a política birmanesa pediu que medidas cautelares não sejam aplicadas, pois podem agravar o conflito no território.   

(ANSA)
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