Topo

'Sardinhas' levam multidão às ruas de Turim contra fascismo

11/12/2019 10h42

TURIM, 11 DEZ (ANSA) - O movimento das "sardinhas", iniciativa apartidária criada para tentar frear a ascensão de Matteo Salvini na Itália, levou uma multidão às ruas de Turim na noite desta terça-feira (10) em um ato contra o fascismo.   

De acordo com os organizadores, o evento reuniu cerca de 40 mil pessoas contra o populismo e a política de ódio, sem bandeiras ou símbolos. O ato foi agendado para coincidir com a visita do líder do partido de extrema-direita Liga Norte na capital piemontesa.   

O protesto teve início com uma versão silenciosa de "Bella Ciao", música símbolo da resistência italiana contra o nazifascismo, em homenagem "a todas as vítimas de violência que não sabiam falar" e também contou com uma iniciativa de troca espontânea de livros.   

A manifestação ainda ficou marcada por uma possível aproximação das sardinhas e do partido neofascista italiano CasaPound, que declarou seu desejo de participar do ato na Piazza San Giovanni, em Roma, previsto para o próximo dia 14 de dezembro. Em entrevista ao jornal "Fatto Quotidiano, Stephen Ogongo, líder romano do movimento de rua, por sua vez, chegou a afirmar que o ato na capital italiana é aberto a todos, mesmo para os militantes da extrema-direita. "As sardinhas nos convidam para a praça? Vamos, mas certamente não vamos cantar Bella Ciao", escreveu Simone Di Stefano, líder da CasaPound, em sua conta no Twitter.   

A declaração, no entanto, provocou polêmica entre os sardinhas já que o grupo se declara antifascista. Em nota oficial, a liderança geral do movimento afirmou que "não há abertura para a CasaPound ou Forza Nuova. Nem agora, nem nunca". A mobilização das "Sardinhas" surgiu em meados de novembro, como um flash mob contra a campanha de Salvini para eleger sua candidata a governadora da Emília-Romagna, um histórico feudo da esquerda italiana, nas eleições regionais de 26 de janeiro. Desde então, o movimento se espalhou por regiões de norte a sul do país, lotando praças e ruas. Hoje, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, falou sobre o ato da noite passada. "Não sou sardinha. Acredito que é importante entender tudo o que é bom mesmo nesses movimentos e tentar valorizá-lo sempre para o bem do país. Espero que eles enfatizem especialmente as pressões positivas", afirmou o religioso. Os próximos atos organizados pelos sardinhas estão agendados em Forlì (12/12), Veneza (13/12) e Roma (14/12). (ANSA)
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.