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Argentina encarece demissões e aumenta taxas agrícolas

15/12/2019 14h43

BUENOS AIRES, 15 DEZ (ANSA) - O governo de Alberto Fernández, novo presidente da Argentina, anunciou suas primeiras medidas para combater a crise econômica no país: a duplicação das indenizações por demissões sem justa causa e um reajuste no imposto de exportação de produtos agrícolas.   

Por meio de um decreto válido por 180 dias, a Casa Rosada declarou "emergência pública em matéria de trabalho" e estabeleceu que os empregadores terão de pagar uma dupla indenização para demitir funcionários sem motivo justificado.   

A medida, no entanto, valerá apenas para quem já tem contrato assinado e não beneficiará novos trabalhadores. Atualmente, a taxa de desemprego na Argentina é de 10,6%.   

A outra iniciativa do governo Fernández, também tomada por meio de decreto, é a instituição de um imposto de 9% sobre o direito de exportação de grãos, como trigo e milho. No caso da soja, que já pagava 18%, a alíquota sobe para 27%.   

"O campo é gerador de dólares para pagar a dívida da Argentina, algo central para manter a macroeconomia equilibrada", disse o novo ministro da Agricultura do país, Luis Basterra. A medida também tem como objetivo financiar programas sociais.   

Em 2008, no mandato de Cristina Kirchner, atual vice-presidente, uma iniciativa semelhante gerou protestos no campo e dividiu o governo. "Disseram que iriam nos consultar, mas não foi assim", criticou o mandatário da Sociedade Rural Argentina (SRA), Daniel Pelegrina, ao comentar a taxação imposta por Fernández.   

O aumento das tarifas de exportação pode provocar efeitos no Brasil, que tem a Argentina como seu principal fornecedor de trigo. (ANSA)
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