Igreja Católica excomunga eremitas que acusaram papa de heresia
A Igreja Católica excomungou três eremitas (pessoas que passam a vida isoladas) que vivem na ilha de Orkney, no norte da Escócia, por acusarem o papa Francisco de "heresia".
A informação foi revelada nesta semana pelo site católico britânico The Tablet, mas os três foram avisados sobre a excomunhão pela Diocese de Argyll no dia de Natal.
Os eremitas são Stephen de Kerdrel, Colette Roberts e Damon Kelly, signatários de uma carta aberta que acusa o pontífice de transformar o catolicismo em uma "falsa Igreja".
"Com suas expressões, seu comportamento, seus ensinamentos e suas ações, [o papa] mostrou ser um grande herético", diz o documento, datado de abril de 2019. Com a excomunhão, os três eremitas não poderão mais receber os sacramentos católicos nem participar da vida eclesiástica.
A Diocese de Argyll alega que, ao abdicarem da obediência ao papa, os próprios eremitas "se excomungaram". Os três religiosos pertencem ao grupo "The Black Hermits" ("Os Eremitas Negros"), fundado por Kerdrel em 1999 e que defende "uma forma mais primitiva de vida".
Em seu site, o grupo publica textos apocalípticos sobre a "queda da Igreja Romana" ou em que chama o movimento LGBT de "nazismo rosa". Em um deles, Kerdrel cita a Rússia, a Hungria, a Polônia e, "agora", o Brasil como países onde a "ética cristã" ainda é promovida.
Francisco tem sido alvo de ataques da ala ultraconservadora do clero, especialmente depois da publicação da exortação apostólica "Amoris Laetitia" ("A alegria do amor"), que defende uma abertura da Igreja a divorciados.
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