Carnaval de Veneza tenta driblar prejuízo de inundações
SÃO PAULO, 07 FEV (ANSA) - Por Luciana Ribeiro - Faltando um dia para o início do famoso Carnaval de Veneza, os principais detalhes e novidades de uma das maiores festas da Itália já foram revelados, e a expectativa é de que, entre 8 e 25 de fevereiro, milhares de pessoas de diversas partes do mundo se reúnam na cidade. A edição de 2020 terá como tema o "jogo", o "amor" e a "loucura" ("Il Gioco, l'Amore e la Follia"), porque "a vida é um jogo de loucura em que o coração está sempre certo", segundo disse o diretor artístico do evento, Massimo Checchetto.
A programação prevê mais de 150 eventos espalhados pela cidade, sendo que cerca de 50 são destinados a crianças e jovens, com mais de 300 artistas envolvidos. Calcula-se que os 18 dias de atividades tenham custo de 2 milhões de euros, sendo que metade do valor é bancado por patrocinadores.
A verba, além de servir para exaltar a beleza do município, também será usada na segurança e no sistema de controle de turistas. A prefeitura de Veneza aproveitará a data festiva para testar uma espécie de "semáforos" para os visitantes. Ao todo, foram instaladas 34 câmeras inteligentes e sensores capazes de contar o número de pessoas presentes em determinado ponto da cidade. Todas as informações serão transmitidas para a Prefeitura, que, em caso de superlotação, poderá fechar acessos ou indicar percursos alternativos aos turistas. "Um sistema misto de sensores, câmeras e wifi foi criado para monitorar constantemente a situação com uma liberação de dados a cada 25 centésimos de segundo. As informações são processadas na sala de controle inteligente por um software, que é capaz de fornecer dados sobre a densidade de pessoas presentes em um momento específico e sua velocidade de movimento", contou Paolo Bettio, CEO da empresa tecnológica Venis, responsável pelo projeto.
Entre os dias 16 e 23 de fevereiro, os domingos mais animados do Carnaval de Veneza, a Praça San Marco, localizada no coração do centro histórico, terá acessos controlados pelas forças de segurança, que também terão autonomia para bloquear o trânsito de pedestres em algumas vias. Além disso, neste ano, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, tenta reduzir utensílios plásticos na cidade para promover a proteção ao meio ambiente. Desta forma, assinou uma medida que proíbe o uso de serpentinas e confetes de plástico durante o carnaval.
De acordo com a iniciativa, quem violar a regra receberá uma sanção administrativa e a apreensão dos adereços.
Programação - Todos os anos, o carnaval da cidade é oficialmente inaugurado com um magnífico e impressionante desfile noturno sobre as águas do Canal Cannaregio, que se transforma em um palco para barcos alegóricos e outras estruturas, Já no domingo (9), será realizado o cortejo aquático que parte da Punta della Dogana, percorre todo o famoso Grande Canal de Veneza, até chegar ao Canal Cannaregio, onde haverá distribuição de petiscos e doces típicos da região.
Na semana seguinte, no dia 15, o coração da cidade será tomado pela "Festa das Marias", quando 12 mulheres vestidas em trajes típicos desfilam até a Praça San Marco, palco de shows e apresentações de máscaras. Essa tradição surgiu no século 9 e, na época, as 12 meninas mais belas e pobres da cidade eram escolhidas e recebiam vestidos, joias e um grande dote para que pudessem se casar com pretendentes de famílias ricas.
O ápice das festividades, no entanto, acontecerá no dia 16, no tradicional "voo do anjo", quando a "Maria" de 2019, Linda Pani, sobrevoará a Praça San Marco em uma tirolesa. No dia 23 de fevereiro, o calendário prevê a final do concurso da máscara mais bela do Carnaval de Veneza,. Os vencedores são selecionados através de uma votação entre o próprio público presente.Por fim, a famosa celebração termina no dia 25, com a proclamação da "Maria" de 2020, além do "Svolo del Leon", quando a gigantesca bandeira em homenagem a São Marcos padroeiro da cidade, é hasteada no campanário da Praça San Marco. O estandarte tem as cores vermelha e amarelo e conta com um leão alado que segura um livro no centro, símbolo de Veneza.
"Veneza está brilhando novamente, o Carnaval é uma oportunidade de mostrar amor por Veneza", declarou Brugnaro Turismo - Apesar de a cidade investir em diversos eventos para a multidão que anualmente participa do Carnaval, alguns acontecimentos recentes, como a série de inundações e a epidemia do novo coronavírus, têm provocado temores quanto ao sucesso da festividade. Segundo o diretor da Associação Veneziana de Hospedagem (AVA), Claudio Scarpa, milhares de reservas nos hotéis da cidade foram canceladas poucos dias antes do início do Carnaval. "Nas semanas do Carnaval, a taxa de ocupação dos hotéis chega a 100%, agora estamos com uma queda de 30%", explicou à ANSA.Até o momento, o surto do 2019-nCoV já matou 636 pessoas na China, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong, além de ter infectado mais de 30 mil. "Não é culpa do coronavírus e da psicose que o acompanha. A responsabilidade é da publicidade negativa feita pela imprensa estrangeira, que escreve sobre a maré alta, indicando que houve uma espécie de tsunami [em Veneza]", acrescentou Scarpa.
Em dezembro passado, a entidade já estava preocupada com o turismo na cidade, principalmente depois que a histórica maré alta de 12 de novembro danificou monumentos e assustou os visitantes. Apesar de ser um fenômeno comum na região, as cheias atingiram níveis excepcionais no fim de 2019.
Um dos problemas envolvendo a queda no turismo é a dificuldade de movimentar verba para o pagamento dos prejuízos estruturais contabilizados pelo governo local. "O risco é de se agravar uma crise em andamento", concluiu o diretor da AVA, que recentemente lançou um apelo para atrair turistas à cidade. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A programação prevê mais de 150 eventos espalhados pela cidade, sendo que cerca de 50 são destinados a crianças e jovens, com mais de 300 artistas envolvidos. Calcula-se que os 18 dias de atividades tenham custo de 2 milhões de euros, sendo que metade do valor é bancado por patrocinadores.
A verba, além de servir para exaltar a beleza do município, também será usada na segurança e no sistema de controle de turistas. A prefeitura de Veneza aproveitará a data festiva para testar uma espécie de "semáforos" para os visitantes. Ao todo, foram instaladas 34 câmeras inteligentes e sensores capazes de contar o número de pessoas presentes em determinado ponto da cidade. Todas as informações serão transmitidas para a Prefeitura, que, em caso de superlotação, poderá fechar acessos ou indicar percursos alternativos aos turistas. "Um sistema misto de sensores, câmeras e wifi foi criado para monitorar constantemente a situação com uma liberação de dados a cada 25 centésimos de segundo. As informações são processadas na sala de controle inteligente por um software, que é capaz de fornecer dados sobre a densidade de pessoas presentes em um momento específico e sua velocidade de movimento", contou Paolo Bettio, CEO da empresa tecnológica Venis, responsável pelo projeto.
Entre os dias 16 e 23 de fevereiro, os domingos mais animados do Carnaval de Veneza, a Praça San Marco, localizada no coração do centro histórico, terá acessos controlados pelas forças de segurança, que também terão autonomia para bloquear o trânsito de pedestres em algumas vias. Além disso, neste ano, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, tenta reduzir utensílios plásticos na cidade para promover a proteção ao meio ambiente. Desta forma, assinou uma medida que proíbe o uso de serpentinas e confetes de plástico durante o carnaval.
De acordo com a iniciativa, quem violar a regra receberá uma sanção administrativa e a apreensão dos adereços.
Programação - Todos os anos, o carnaval da cidade é oficialmente inaugurado com um magnífico e impressionante desfile noturno sobre as águas do Canal Cannaregio, que se transforma em um palco para barcos alegóricos e outras estruturas, Já no domingo (9), será realizado o cortejo aquático que parte da Punta della Dogana, percorre todo o famoso Grande Canal de Veneza, até chegar ao Canal Cannaregio, onde haverá distribuição de petiscos e doces típicos da região.
Na semana seguinte, no dia 15, o coração da cidade será tomado pela "Festa das Marias", quando 12 mulheres vestidas em trajes típicos desfilam até a Praça San Marco, palco de shows e apresentações de máscaras. Essa tradição surgiu no século 9 e, na época, as 12 meninas mais belas e pobres da cidade eram escolhidas e recebiam vestidos, joias e um grande dote para que pudessem se casar com pretendentes de famílias ricas.
O ápice das festividades, no entanto, acontecerá no dia 16, no tradicional "voo do anjo", quando a "Maria" de 2019, Linda Pani, sobrevoará a Praça San Marco em uma tirolesa. No dia 23 de fevereiro, o calendário prevê a final do concurso da máscara mais bela do Carnaval de Veneza,. Os vencedores são selecionados através de uma votação entre o próprio público presente.Por fim, a famosa celebração termina no dia 25, com a proclamação da "Maria" de 2020, além do "Svolo del Leon", quando a gigantesca bandeira em homenagem a São Marcos padroeiro da cidade, é hasteada no campanário da Praça San Marco. O estandarte tem as cores vermelha e amarelo e conta com um leão alado que segura um livro no centro, símbolo de Veneza.
"Veneza está brilhando novamente, o Carnaval é uma oportunidade de mostrar amor por Veneza", declarou Brugnaro Turismo - Apesar de a cidade investir em diversos eventos para a multidão que anualmente participa do Carnaval, alguns acontecimentos recentes, como a série de inundações e a epidemia do novo coronavírus, têm provocado temores quanto ao sucesso da festividade. Segundo o diretor da Associação Veneziana de Hospedagem (AVA), Claudio Scarpa, milhares de reservas nos hotéis da cidade foram canceladas poucos dias antes do início do Carnaval. "Nas semanas do Carnaval, a taxa de ocupação dos hotéis chega a 100%, agora estamos com uma queda de 30%", explicou à ANSA.Até o momento, o surto do 2019-nCoV já matou 636 pessoas na China, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong, além de ter infectado mais de 30 mil. "Não é culpa do coronavírus e da psicose que o acompanha. A responsabilidade é da publicidade negativa feita pela imprensa estrangeira, que escreve sobre a maré alta, indicando que houve uma espécie de tsunami [em Veneza]", acrescentou Scarpa.
Em dezembro passado, a entidade já estava preocupada com o turismo na cidade, principalmente depois que a histórica maré alta de 12 de novembro danificou monumentos e assustou os visitantes. Apesar de ser um fenômeno comum na região, as cheias atingiram níveis excepcionais no fim de 2019.
Um dos problemas envolvendo a queda no turismo é a dificuldade de movimentar verba para o pagamento dos prejuízos estruturais contabilizados pelo governo local. "O risco é de se agravar uma crise em andamento", concluiu o diretor da AVA, que recentemente lançou um apelo para atrair turistas à cidade. (ANSA)
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