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Aprovação de Putin atinge menor nível dos últimos 20 anos

06/05/2020 11h18

MOSCOU, 06 MAI (ANSA) - A aprovação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, atingiu o nível mínimo desde 2000, revelou uma pesquisa do Levada-Center nesta quarta-feira (06). Segundo o levantamento, 59% dos russos aprovam seu governo - quatro pontos percentuais a menos do que os 63% registrados na pesquisa anterior.   

A última vez que Putin teve uma aprovação tão baixa foi quando ainda era um "novato" no cargo de primeiro-ministro, em 1999, quando obteve 53% de apoio. Por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), o estudo foi feito através de ligações telefônicas e não pessoalmente, como normalmente ocorre.   

"Tendo a experiência dos nossos experimentos metodológicos, quando tivemos a oportunidade de colocar, ao mesmo tempo, as mesmas perguntas seja por telefone ou por entrevista pessoal e compará-las descobrimos que as pesquisas telefônicas fornecem respostas mais conformistas, mais leais e mais positivas para as autoridades", explicou o diretor do Levada-Center à ANSA, Lev Gudkov.   

"As diferenças não são muito grandes, mas são em média de 4 a 7%. Por isso, nos levantamentos por telefone de abril assumimos - mas não podemos afirmar categoricamente -, que a taxa de aprovação de Putin poderia ser inferior se tivéssemos feito como fazemos regularmente nas pesquisas mensais com o método de entrevista pessoal baseada no lugar de residência", afirma ainda Gudkov.   

Para o chefe da agência de pesquisa, a aprovação de Putin pode estar "entre 55% e 53%". "A partir de agosto de 2018, quando foi aprovada uma alteração na idade mínima para pedir aposentadoria, a aprovação foi diminuindo lentamente dos 81%, 82% para os 63% de fevereiro deste ano. Acredito que essa tendência continuará nos próximos meses", conclui o diretor à ANSA.   

Apesar de menos russos aprovarem o governo de Putin, a reforma constitucional proposta pelo presidente - que pode permitir que ele fique no poder até 2036 - teve uma alta na aprovação. Em março, 40% aprovavam a ideia, em índice que subiu para 47% em abril. A medida ainda precisa passar por aprovação em referendo popular, que não tem data definida por conta da pandemia do coronavírus. (ANSA)
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