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Itália realiza transplante de pulmões em jovem com Covid-19

28/05/2020 10h28

MILÃO, 28 MAI (ANSA) - Médicos italianos realizaram com sucesso uma cirurgia para transplantar os pulmões de um jovem de 18 anos que contraiu o novo coronavírus (Sars-CoV-2), informou o hospital Policlínico de Milão nesta quinta-feira (28). Essa é a primeira intervenção do tipo na Europa.   

Segundo os especialistas, os pulmões do rapaz, identificado como Francesco, foram "queimados" pelo vírus, colocando-o entre a vida e a morte. A operação foi realizada no hospital, sob a coordenação do Centro Nacional de Transplantes (CNT), com o Centro Regional de Transplantes e o Nord Italia Transplant Program. Francesco apresentou febre no dia 2 de março e quatro dias depois foi internado em uma unidade de terapia intensiva do hospital San Raffaele, em Milão. No dia 8 de março, ele precisou ser entubado e, no dia 23 do mesmo mês, Francesco começou a respirar apenas com a ajuda de aparelhos extracorpóreos.   

Como os pulmões do jovem estavam comprometidos de "maneira irreparável", os médicos do San Raffaele conversaram com os do Policlínico sobre o caso e decidiram tentar um inédito transplante do órgão. Assim, na metade do mês de abril, os profissionais das duas unidades hospitalares montaram um plano estratégico para o caso, também com a ajuda do CNT. Há relatos de transplantes do tipo em raríssimos casos na China.   

No dia 30 de abril, Francesco foi incluído de maneira urgente na lista de espera do transplante de órgãos da Itália e, duas semanas depois, foi individualizado um pulmão compatível, de uma pessoa que morreu em outra região do país, e que testou negativo para o novo coronavírus.   

Em 18 de maio, os médicos realizaram o procedimento no Policlínico e agora, 10 dias depois do transplante, informam que está tudo correndo conforme o planejado e o jovem está bem. Dias depois do caso italiano, uma outra operação do tipo foi registrada em Viena, na Áustria.   

Em nota, o CNT afirmou que esse é "um sucesso que pertence a todo o serviço sanitário nacional" e que a rede italiana se preparou para atuar rapidamente em casos do tipo por conta da pandemia.   

Para a entidade, "quando chegou o momento" todas as partes do processo agiram rapidamente. Além disso, o Centro Nacional agradeceu a família da pessoa falecida que doou o órgão após a morte. (ANSA)
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