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Líderes da Lombardia testemunham em inquérito sobre Covid

29/05/2020 10h55

BERGAMO, 29 MAI (ANSA) - As principais autoridades da Lombardia, epicentro da pandemia do novo coronavírus na Itália, testemunharam no Ministério Público sobre o inquérito que investiga a disseminação do Sars-CoV-2 na província de Bergamo.   

O governador Attilio Fontana foi recebido nesta sexta-feira (29) sob protestos de algumas dezenas de pessoas contra a gestão da emergência sanitária na Lombardia. O grupo exibia uma faixa com a frase "Fontana, Bergamo não esquece". Já o secretário de Bem-Estar Social da região, Giulio Gallera, testemunhou nesta quinta (28).   

Fontana e Gallera não são investigados e foram ouvidos pelo MP como "testemunhas informadas sobre os fatos". O inquérito apura se houve erros na gestão do hospital de Alzano Lombardo, primeiro foco de contágio em Bergamo, e investiga as dezenas de mortes em asilos e a não instituição de uma "zona vermelha" na província.   

O governador da Lombardia foi ouvido durante pouco menos de duas horas e deixou o prédio do Ministério Público sem falar com a imprensa. Pouco antes, ele publicou um post no Facebook afirmando que "muitas pessoas falam sem saber o tamanho da ferida" na região.   

Já o secretário Gallera, responsável pelo sistema sanitário local, disse que há um clima de "grande serenidade e colaboração" com o MP.   

Dados - A Lombardia é a região mais atingida pela pandemia do novo coronavírus na Itália, com 15.974 mortes, o que representa 1.588 óbitos para cada 1 milhão de habitantes. A região também lidera em número absoluto de casos (88.183) e é a segunda em termos relativos (8.765/1 milhão de hab.), atrás apenas do Vale de Aosta (9.406/1 milhão de hab.) Já a província de Bergamo é a quarta com mais casos na Itália em termos absolutos (13.244), atrás de Milão (22.908), na Lombardia, Turim (15.527), no Piemonte, e Brescia (14.612), também na Lombardia.   

Bergamo também é a quarta colocada em termos relativos (11.882 casos/1 milhão de hab.), depois de Cremona (17.910/1 milhão de hab.), na Lombardia, Piacenza (15.584/1 milhão de hab.), na Emilia-Romagna, e Lodi (14.974/1 milhão de hab.), também na Lombardia e marco zero da pandemia na Itália.   

As primeiras cidades com casos de transmissão interna no país, situadas na província de Lodi, foram colocadas imediatamente em lockdown, impedindo a entrada e saída de pessoas sob quaisquer condições.   

A mesma medida, no entanto, não foi adotada em Bergamo, que entrou em quarentena apenas em 9 de março, com o restante da Lombardia e 14 províncias de outras quatro regiões. O país inteiro seria posto em lockdown no dia seguinte. (ANSA)
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