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Brasil ultrapassa Itália em número de mortes por coronavírus

04/06/2020 22h20

SÃO PAULO, 4 JUN (ANSA) - Com mais 1473 mortes nas últimas 24 horas, o Brasil chegou a 34.021 óbitos pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), ultrapassando a Itália (33.689) em número de vítimas, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (4). O número diário é o maior já registrado desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 1.349, divulgado ontem (3).   


Com isso, o Brasil assume a terceira posição no ranking das nações com mais mortes pela Covid-19, atrás apenas do Reino Unido (39.987) e dos Estados Unidos (107.915), conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins. Em relação ao número de casos, o Brasil registrou mais 30.925 infecções entre ontem e hoje, elevando a quantidade de pessoas contaminadas para 614.941. A quantidade é a segunda maior no período de 24 horas, perdendo apenas para o último dia 30 de maio, quando foram anunciados 33.274 casos.   


O balanço diário do Ministério da Saúde foi divulgado às 22h, com três horas de atraso, pelo segundo dia seguido. Segundo os dados, 254.963 pacientes estão curados, o que representa 41,5% do total, enquanto 325 mil continuam em acompanhamento médico. A confirmação de óbitos e diagnósticos, no entanto, não necessariamente ocorreu nas últimas 24 horas, já que o governo atualiza os dados com atraso. Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, há mais 4.159 suspeitas que estão sob investigação.   


O país supera a Itália no momento em que as nações vivem fases distintas da pandemia: no território brasileiro, o ritmo de contágios e mortes acelera, enquanto que, na Itália, ele está em declínio. Ao contrário do Brasil, a Itália decretou lockdown em todas as regiões desde o dia 10 de março, no início da pandemia, o que foi determinante para o país controlar a evolução do novo coronavírus. A primeira flexibilização no isolamento ocorreu em 14 de abril, com a reabertura gradual de alguns comércios. Atualmente, a nação europeia já retomou as atividades em museus, igrejas, praias e liberou as fronteiras internas e europeias. No Brasil, porém, cada estado introduziu seu plano emergencial de medidas restritivas contra a propagação do vírus. O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, minimiza a pandemia e defende a abertura da economia e a retomada das atividades. O estado de São Paulo, epicentro da doença no país, com 8.561 mortes e 129.200 casos, iniciou a flexibilização da quarentena em um momento de crescimento nos números. O governo de João Doria estabeleceu um protocolo de reabertura gradual que divide o estado em cinco cores, variando de acordo com o estágio de controle.   


Classificada como "laranja", a cidade de São Paulo foi autorizada a reabrir atividades imobiliárias, escritórios, concessionárias, comércio e shopping centers. No entanto, o prefeito Bruno Covas decidiu manter a quarentena na capital até 15 de junho.   


Já o Rio de Janeiro somou mais de 300 óbitos por Covid-19 pelo segundo dia consecutivo, totalizando 6.327. O número de pessoas infectadas subiu para 60.932, com taxa de letalidade de 10,38%. Hoje, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei (PL) 1562/2020, que obriga o uso máscaras em locais públicos ou privados, mas acessíveis ao público, em todo o país. A obrigatoriedade do uso engloba transporte público (como ônibus e metrô), dentro de táxis ou carros de aplicativo e aviões. Por ter sido alterado no Senado, o texto volta à Câmara para nova apreciação. (ANSA)
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