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Casos de Covid disparam em Oklahoma após comício de Trump

09/07/2020 12h00

NOVA YORK, 09 JUL (ANSA) - Um novo foco de casos de Covid-19 na cidade de Tulsa, em Oklahoma, está ligado ao comício eleitoral feito pelo presidente Donald Trump no local há duas semanas, apontam autoridades de saúde.   

O Departamento de Saúde informou que os casos começaram a subir depois de 4 de julho, chegando a 200 contaminações diárias - foram 266 na quarta-feira (08). Questionado sobre a alta, o diretor do órgão, Bruce Dart, afirmou que "nos últimos dois dias, tivemos quase 500 casos e sabemos que houve diversos grandes eventos há duas semanas".   

O comício de Trump reuniu cerca de seis mil pessoas no dia 20 de junho e, nas próprias imagens divulgadas pelo comitê eleitoral do republicano, é possível ver que a maioria das pessoas estava aglomerada e não usava máscaras. Apesar dos organizadores terem medido a temperatura das pessoas na entrada do local e distribuído álcool em gel e máscaras, os participantes - assim como o presidente - não mostravam preocupação.   

Depois do evento, diversos agentes do Serviço Secreto do governo norte-americano e funcionários da campanha, que acompanharam o presidente no comício, foram afastados do trabalho por casos de Covid-19. Um dia antes, a cidade também registrou uma manifestação de centenas de pessoas pelo Juneteenth, data que marca a libertação dos escravos do último estado, no Texas, em 1965. Porém, nesse ato, quase todos os participantes estavam usando máscaras e mantendo o distanciamento social mínimo.   

Apesar de dizer que não daria mais detalhes para não "constranger" pessoas, a maior parte dos casos foi registrada na zona rural de Tulsa, que apoia fortemente o republicano, o que comprovaria que o foco veio do comício - e não da passeata.   

Segundo dados de monitoramento do Google, citados pela mídia local, houve um grande deslocamento de pessoas da área rural para a urbana no dia 20 de junho.   

Mesmo que fosse comprovada a origem do foco, os participantes do comício não podem processar a campanha, já que era obrigatório assinar um termo em que se comprometiam a não denunciar a equipe caso contraíssem o novo coronavírus.   

Segundo dados do Centro Universitário Johns Hopkins, Oklahoma tem 17.894 casos confirmados da doença e 407 mortes registradas.   

(ANSA)
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