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OMS inicia investigação interna sobre gestão da pandemia

09/07/2020 09h14

ROMA, 09 JUL (ANSA) - A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quinta-feira (09) a criação de um comitê independente para investigar a gestão da entidade durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo o anúncio do diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o grupo será liderado pela ex-premier da Nova Zelândia Helen Clark e pela ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf. Os resultados da investigação serão divulgados em uma assembleia geral em novembro.   

Ao anunciar a criação do comitê, Ghebreyesus ressaltou que esse tipo de análise também deve ser feita por todos os governos globais.   

"Todos nós temos o dever de olhar no espelho. A OMS, os Estados-membros, todos aqueles que foram envolvidos na resposta à crise. Estamos combatendo a batalha da nossa vida e precisamos fazer melhor. Não só agora, mas também no futuro. Esse tipo de ameaça não cessará e, com toda a probabilidade, se tornará mais agressiva", ressaltou o diretor.   

O líder da OMS reconheceu que "o mundo não estava pronto" para uma pandemia como essa, mesmo que "por muitos anos, muitos de nós alertaram sobre o grande perigo de uma catastrófica pandemia respiratória". "Isso não era uma questão de 'se', mas de 'quando'", pontuou ainda.   

Ghebreyesus ainda voltou a pedir a união entre as nações para derrotar a Covid-19, afirmando que a única maneira de derrotá-la é "permanecer juntos". "O único caminho a seguir é a da unidade. O vírus prospera nas divisões, mas é alvo de obstáculos quando somos unidos. A maior ameaça agora não é o vírus em si, mas a falta de amizade e solidariedade em níveis globais e nacionais. Não podemos derrotar essa pandemia em um mundo dividido", ressaltou. A OMS foi duramente criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que a entidade estava muito próxima da China e não deu a resposta adequada no início da pandemia. Por conta disso, ele oficializou a saída da nação do quadro de Estados-membros da OMS.   

Matérias da mídia norte-americana também afirmaram, em falas que foram negadas posteriormente, que houve muita pressão interna de diretores contra Pequim, que teria demorado a passar o código genético do novo vírus e informações iniciais sobre a Covid-19.   

No entanto, a União Europeia e os países asiáticos sempre defenderam a OMS, ressaltando o fato do novo coronavírus causar uma doença completamente desconhecida. Porém, todos foram unânimes em fazer essa investigação para analisar tanto como foi a resposta de maneira geral como se ela foi feita de maneira rápida e clara com as informações que estavam disponíveis no momento.   

Conforme dados do Centro Universitário Johns Hopkins, já são mais de 12 milhões de casos da Covid-19 registrados no mundo desde janeiro, com 550.135 mortes confirmadas. (ANSA)
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